Boris Johnson propõe título de cavaleiro para o pai

O antigo primeiro-ministro britânico deixou uma lista com uma centena de potenciais distinções. Líder trabalhista diz que ordenação de Stanley Johnson é uma ideia “ridícula”.

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Stanley Johnson, pai do antigo primeiro-ministro Boris Johnson TOBY MELVILLE/Reuters

O antigo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deixou uma lista de cerca de cem nomes de pessoas para receberem títulos, incluindo o do seu pai, segundo o diário britânico The Times. A oposição acusou-o de favoritismo.

Uma nomeação de cavaleiro ou dama dá a quem o recebe a possibilidade de ser tratado por “sir” ou “dame”, fazendo subir o seu perfil público.

O Times notou ainda que as nomeações de Johnson superam em muito as dos seus antecessores David Cameron ou Theresa May, que propuseram 60 nomes cada. O primeiro-ministro, Rishi Sunak, pode bloquear qualquer proposta.

A veracidade da notícia não foi confirmada por qualquer responsável do Governo. Um porta-voz do próprio Johnson recusou-se a comentar.

Da oposição, Keir Starmer, o líder do Partido Trabalhista, classificou a ideia de Stanley Johnson, pai de Boris, escritor, e antigo eurodeputado, ser ordenado cavaleiro como “ridícula”. “É clássico de um homem como Johnson. Quer dizer, acho que o público vai achar que isto é absolutamente escandaloso. A ideia de um antigo primeiro-ministro conferir um título ao seu pai – por serviços ao quê?”, perguntou.

O motivo para a inclusão de Stanley Johnson foi questionado por mais pessoas, especialmente tendo em conta que, como lembra a colunista do diário britânico The Guardian Zoe Williams, foi acusado, embora negue, por duas pessoas por “toque impróprio” (uma das acusações foi feita por Caroline Nokes, presidente da Comissão de Mulheres e Igualdade do Parlamento britânico), e “é público que hospitalizou a sua mulher num incidente de violência doméstica nos anos 1970”.

Stanley Johnson foi notícia em 2020 por ter pedido a nacionalidade francesa na sequência do “Brexit”.

Boris Johnson tinha já nomeado o seu irmão, Jo Johnson, que foi deputado e membro do Governo, para a Câmara dos Lordes, onde tem um lugar vitalício.

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