Esta exposição mostrava pratos pintados por crianças palestinianas – até que um grupo pró-Israel a denunciou

Os pratos estavam expostos num hospital em Londres. A denúncia partiu de um grupo que acredita que os pacientes judeus não deveriam ter de ver “propaganda anti-Israel” quando vão ao hospital.

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As pinturas das crianças fora, retirada dias depois da denúncia Middle East Eye/Twitter

Até há pouco mais de dois dias, as paredes da ala infantil do Hospital de Chelsea e Westminster, em Londres, mostravam uma exposição de obras de arte de crianças palestinianas da cidade de Gaza. No entanto, uma organização pró-Israel pediu que fossem retiradas, alegando que os pacientes judeus se sentiam “vulneráveis, assediados e vitimizados”, escreve o Guardian.

Na exposição Crossing Borders - A Festival Of Plates (Cruzar fronteiras – Um Festival de Pratos, em português), alunos de duas escolas das Nações Unidas da Palestina pintaram pratos com imagens de locais com significado religioso para muçulmanos e judeus, assim como bandeiras palestinianas e fronteiras que anteriormente pertenciam à Palestina e actualmente estão em território israelita.

Janette Steel, directora da escola do hospital comunitário de Chelsea, que dá aulas a crianças hospitalizadas e em tratamento, destaca que as obras são apenas “um exemplo de como a arte pode unir as crianças para ajudá-las a lidar com os desafios da vida”, escreve o mesmo jornal. Dias depois da queixa, os pratos foram removidos.

No entanto, o grupo Advogados do Reino Unido por Israel (UKLFI, na sigla original), tem uma opinião diferente e acredita que as pinturas foram utilizadas como uma forma de propaganda. “Estamos satisfeitos por ter sido retirados: os pacientes judeus não deveriam ter que ver uma parede de propaganda anti-Israel quando vão para o hospital”, acrescentou o director executivo Jonathan Turner.

A decisão de retirar a instalação artística foi criticada pelo responsável pelo consulado palestiniano no Reino Unido, Husam Zomlot, que destaca que o hospital acabou por ceder “ao bullying racista” de um grupo “que desumaniza o povo palestino e procura desviar a atenção dos direitos e aspirações” desta população.

Husam pediu que o hospital voltasse a colocar as pinturas na parede, mas até ao momento tal não aconteceu. Um porta-voz do hospital disse lamentar que os pratos tenham ofendido certas comunidades.

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