BPI fecha 2022 com lucros de 365 milhões

O crescimento da actividade comercial, em particular da concessão de crédito à habitação, impulsionou os resultados do BPI em 2022.

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João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O BPI reportou resultados líquidos de 365 milhões de euros em 2022, valor que representa um aumento de 19% face aos lucros de 307 milhões que tinham sido alcançados no ano anterior. A justificar o crescimento dos resultados esteve a evolução positiva da actividade comercial, num ano em que tanto o crédito como os depósitos aumentaram.

Os resultados do BPI foram anunciados esta sexta-feira, em conferência de imprensa. "O BPI mantém uma posição financeira sólida, assente num forte dinamismo comercial, que nos tem permitido melhorar a rentabilidade ao longo do tempo, e 2022 foi exemplo disso mesmo", afirmou o presidente executivo do banco, João Pedro Oliveira e Costa.

O resultado foi alcançado num ano em que a carteira de crédito total do BPI ascendeu a 29,2 mil milhões de euros no final de 2022, um aumento de 6% face ao ano anterior. Para este aumento contribuiu, sobretudo, o crédito às famílias, em particular o crédito à habitação, que cresceu 8% e totalizou 14,2 mil milhões de euros. Já o crédito às empresas cresceu 4% e ascendeu a 10,9 mil milhões de euros.

Ainda no que diz respeito ao crédito, o banco manteve o nível de crédito malparado (no caso do BPI, é considerado o rácio de non-performing exposures, ou exposições não performativas) em 1,6%, o mesmo rácio que se registava no final de 2021.

Apesar do baixo nível de crédito malparado, o presidente executivo do BPI reconhece que "há um abrandamento económico muito significativo" e, por isso, continua a actuar com "bastante prudência", mantendo um nível de imparidades não alocadas no montante de 50 milhões de euros.

Também a nível de depósitos se registou uma melhoria. Os depósitos de clientes aumentaram em 5% e totalizaram 30,3 mil milhões de euros. Contudo, os recursos fora de balanço, onde se incluem os fundos de investimento e seguros de capitalização, recuaram 15%, pelo que os recursos de clientes totais acabaram por cair 1%, totalizando 40 mil milhões de euros no final de 2022.

Do lado operacional, os resultados do banco também registam uma evolução positiva. Desde logo, a margem financeira aumentou 20% e totalizou 548 milhões de euros, "reflectindo o crescimento do volume de crédito e a subida das taxas de mercado". Já as comissões líquidas cresceram 3% e ascenderam a 296 milhões de euros, em resultado do "aumento das operações de crédito, das comissões associadas a contas e da intermediação de seguros".

Por outro lado, os custos de estrutura recorrentes aumentaram em 4%, totalizando 445,6 milhões de euros, fruto da subida de 3% nos custos com pessoal e do investimento realizado em transformação digital, bem como obras em imóveis.

Mesmo assim, o produto bancário cresceu em 14% e totalizava 858 milhões de euros no final do ano passado.

Quanto à liquidez e solvabilidade, o BPI fechou 2022 com um rácio de common equity tier 1 de 14,8%, superior ao rácio de 14,2% que registava no final do ano anterior. Este rácio já incorpora o impacto da distribuição de dividendos relativos ao exercício de 2022, uma prática que foi proibida pelo Banco Central Europeu (BCE) durante o período da pandemia, para que os bancos conservassem capital.

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