Actividades do sector privado da saúde somaram 22 mil milhões de euros em 2021

Sector privado da saúde era, em 2021, constituído por mais de 30 mil empresas que empregavam mais de 140.000 pessoas.

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Maioria das empresa privadas da saúde estão concentradas nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e no Norte Paulo Pimenta

As actividades desenvolvidas pelas empresas privadas de saúde em Portugal somaram 22.000 milhões de euros em 2021, tendo o sector gerado um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 6300 milhões de euros, segundo um estudo divulgado esta segunda-feira.

Encomendado à Informa/D&B pelo Conselho Estratégico Nacional de Saúde (CENS) da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, o trabalho - a que a agência Lusa teve acesso - caracteriza o sector privado da saúde em Portugal com base na Informação Empresarial Simplificada (IES) de 2021, actualizando um estudo anterior elaborado com base nas IES2019.

Do trabalho resulta que o sector privado da saúde era, em 2021, constituído por mais de 30 mil empresas (30.224) que empregavam mais de 140.000 pessoas (140.677), tendo as actividades por ele desenvolvidas (vendas e serviços) superado os 21.941 milhões de euros. Ainda apurado foi que as empresas privadas de saúde contribuíram com um VAB de 6.297 milhões de euros e pagaram 1000 milhões de euros de IRC e contribuições para a Segurança Social em 2021.

Recuperaram do impacto da pandemia

"Constata-se também que as empresas privadas de saúde recuperaram da actividade no pós-covid-19 e os níveis de actividade e de emprego suplantaram não apenas os valores de 2020, mas também os de 2019", destaca o estudo.

O sector privado da saúde inclui desde as farmácias (cerca de 3000) às empresas de prestação de cuidados de saúde em internamento (397 entidades), passando pelas actividades de prática médica de clínica geral (3557) e especializada (7718) em ambulatório, pela produção (197) e distribuição (980) de medicamentos, produção de dispositivos médicos (666), análises clínicas (240) ou centros de enfermagem (397).

O trabalho da Informa D&B evidencia que as empresas da saúde estão presentes por todo o território nacional, concentrando-se 37% na região de Lisboa e Vale do Tejo, 34% no Norte, 17% no Centro, 4% no Alentejo, 4% no Algarve e 2% em cada uma das regiões autónomas. O estudo apurou ainda que as empresas do sector da saúde são tipicamente pequenas e médias empresas (PME), sendo que apenas 0,2% têm mais de 250 trabalhadores.

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente do CENS-CIP afirmou que o estudo "confirma que o sector económico da saúde é cada vez mais relevante e um pilar da economia portuguesa e da competitividade", salientando o "potencial do sector e da sua capacidade de exportação".

"Com condições mais adequadas para a prossecução da sua actividade, as empresas portuguesas do sector da saúde podem não só reforçar a capacidade da economia portuguesa, como também contribuir de forma ainda mais intensa para a melhoria da oferta de cuidados de saúde em Portugal", afirmou Óscar Gaspar, que preside à Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP).

De acordo com o responsável, e tal "como o CENS-CIP tem defendido, é da maior relevância que se assuma a saúde como um investimento e uma área de actividade da maior importância": "Quando também na União Europeia se discute a absoluta necessidade da soberania estratégica no sector da saúde, Portugal não deve ficar fora deste desafio, até porque tem um tecido empresarial apto para o efeito", sustentou.

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