O Centro Canadiano de Arquitectura em foco no 10.º Festival de Filmes de Arquitectura

Pelo segundo ano sediado no Porto, o festival vai decorrer entre 27 de Junho e 1 de Julho, desta vez também no Batalha Centro de Cinema.

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What it Takes to Make a Home (2020), filme de Daniel Schwartz com ideia curatorial de Giovanna Borasi CCA
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O Centro Canadiano de Arquitectura foi fundado em 1979, em Montréal David Miller

O Centro Canadiano de Arquitectura (CCA), em Montréal, instituição depositária dos principais arquivos de Álvaro Siza e de outras grandes figuras da arquitectura mundial, vai estar em foco na 10.ª edição do Arquitecturas Film Festival (AFF), que vai realizar-se entre os dias 27 de Junho e 1 de Julho, e que pela segunda vez tem sede no Porto, depois de quase uma década em Lisboa.

A apresentação pública das linhas gerais do festival vai decorrer ao início da tarde desta quarta-feira, pelas 14h, no agora rebaptizado Batalha Centro de Cinema, um dos três espaços onde o festival irá decorrer, ao lado da Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto e do Instituto, um centro de artes e atelier do arquitecto Paulo Moreira, director artístico do AFF desde o ano passado.

Neste encontro no Batalha vai estar presente Giovanna Borasi, a arquitecta e curadora italiana que, desde 2020, dirige o CCA. Depois de, na edição de 2022, ter convidado o Centre for Documentary Architecture (CDA), de Berlim, Paulo Moreira justifica agora, em declaração ao PÚBLICO, a escolha do centro canadiano por se tratar de uma instituição que, à imagem da sua congénere alemã, mas “com muito maior dimensão e visibilidade, também usa o filme como instrumento de pesquisa e de disseminação da arquitectura”.

“O CCA é muito conhecido em Portugal por ser o lugar que acolhe os arquivos de Álvaro Siza, mas, além desta vertente museológica, é um centro cultural onde se trabalham muito as questões contemporâneas da arquitectura”. “Achamos que será interessante apresentar também esse lado do CCA mais ligado ao debate dos temas dos nossos dias, ao modo como olha para a sociedade e para as cidades, e como os tem trabalhado através da produção de filmes”, acrescenta o director do AFF.

Imagens do filme When We Live Alone (2022), realizado por Daniel Schwartz com ideia curatorial de Giovanna Borasi CCA
"When We Live Alone" CCA
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Imagens do filme When We Live Alone (2022), realizado por Daniel Schwartz com ideia curatorial de Giovanna Borasi CCA

Lugares onde a vida acontece

Fundado em 1979 pela arquitecta canadiana Phyllis Lambert (Prémio da Bienal de Veneza 2014), o Centro Canadiano de Arquitectura é um dos grandes centros mundiais de arquivo, investigação e debate da arquitectura e da sua história. O seu acervo, além do de Álvaro Siza, reúne os arquivos de arquitectos como Peter Eisenman, Gordon Matta-Clark, Aldo Rosi, James Stirling, Pierre Jeanneret e Abalos & Herreros.

É nessa linha de usar a arquitectura como mote para debater a relação que os seus utentes, e a sociedade em geral, mantêm com ela que o festival do Porto propõe como tema da próxima edição Onde a vida acontece. “Foi uma escolha que surgiu na sequência das conversas com o CCA, quando percebemos que estávamos ambos a pensar na forma como a arquitectura é transformada ou usada pelas pessoas, o que é viver o edifício depois de acabado, e não só o caso da habitação, também o dos equipamentos e dos espaços públicos – esses lugares onde a vida acontece”, explica Paulo Moreira.

Além da programação que será trazida pela instituição canadiana, o cartaz do AFF inclui dois outros eixos: o programa oficial e a secção competitiva, que ocuparão em rede os três espaços da cidade atrás referidos.

Para preencher estes dois programas, decorre já o prazo de candidaturas (open call), até 7 de Fevereiro. “Já recebemos 50 filmes, de 20 países”, avança o director, acrescentando que ao festival poderão concorrer curtas e longas-metragens no género documental, animação e experimentais. “Todos os formatos são bem-vindos”, acrescenta.

O comité de selecção é coordenado por Sofia Mourato, designer, fotógrafa e cineasta, que dirigiu o festival quando era realizado em Lisboa, e integra também a artista visual Barbara Gocníková, além de Daniela Silva, Dinis Sottomayor e Vasco Mendes.

O júri que irá avaliar a secção competitiva será anunciado brevemente.

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