Harry diz ter acreditado durante anos que Diana teria fingido a sua morte

Diana morreu num acidente de carro em França, em Agosto de 1997, quando Harry tinha 12 anos e William tinha 15.

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Princesa Diana com Harry, o seu segundo filho, ao colo Reuters/STR

Durante "muitos anos", os príncipes Harry e William acreditaram que a sua mãe, a princesa Diana, poderia ter fingido a sua morte e um dia voltaria às suas vidas, revelou o duque de Sussex na entrevista dada a Anderson Cooper, do programa 60 Minutos, da CBS, neste domingo.

"Recusei-me a aceitar que ela tinha desaparecido", confessou Harry, acrescentando que acreditava que a sua mãe não tinha morrido e que tinha "decidido desaparecer por um tempo".

Diana morreu num acidente de carro em França, em Agosto de 1997, quando Harry tinha 12 anos e William tinha 15. A princesa, que era um tema de fascínio e de escrutínio para os tablóides e meios de comunicação, não só britânicos mas de todo o mundo, estava a ser perseguida por paparazzi nos momentos que antecederam a sua morte.

O que aconteceu na noite de 31 de Agosto tornou-se foco de longas investigações, bem como de teorias da conspiração que chegam até aos dias de hoje.

Harry contou que chegou a pensar que "tudo aquilo fazia parte de um plano" e que tinha muita esperança que assim fosse. O duque de Sussex acrescentou que o irmão mais velho tinha "pensamentos semelhantes".

Citando um excerto das memórias de Harry, que são oficialmente lançadas nesta terça-feira, mas que entretanto começaram a chegar ao público graças à venda antecipada do título em livrarias espanholas, Cooper disse: "Escreve-se no livro: 'Di-lo-ia frequentemente a mim próprio logo pela manhã, talvez este seja o dia. Talvez este seja o dia em que ela vai reaparecer'."

Harry, que agora vive na Califórnia com a mulher Meghan e os dois filhos, disse que até ser adulto se agarrou à crença de que Diana ainda estava viva. Aos 23 anos, ao visitar Paris pela primeira vez, Harry pediu a um taxista que o conduzisse pelo mesmo túnel onde Diana morreu, juntamente com o seu parceiro Dodi Al-Fayed e o motorista Henri Paul.

O taxista foi convidado a conduzir à mesma velocidade em que Diana viajava antes da sua morte. "Preciso de fazer esta viagem, preciso de percorrer a mesma rota", disse Harry a Cooper.

No livro, Harry escreve que ele e o irmão não ficaram satisfeitos com os resultados da investigação levada a cabo pela Polícia Metropolitana de Londres, que concluiu que o motorista de Diana estava bêbado na altura do acidente. E acrescentou que os dois rapazes "consideraram reabrir o inquérito" devido à falta de clareza em torno dos momentos finais da vida da mãe.

"Havia tantas lacunas e tantos buracos", declarou durante a entrevista.

Quando Cooper lhe perguntou se ainda gostaria de abrir uma nova investigação para descobrir o que realmente aconteceu a Diana, o príncipe respondeu: "Nem sei se agora é uma opção. É uma pergunta dos diabos, Anderson." E continuou: "Será que preciso de mais do que já sei? Não. Acho que não mudaria muito."

O príncipe examinou fotografias que documentam o rescaldo da colisão fatal. "Tudo o que eu vi foi a parte detrás da cabeça da minha mãe, caída no banco de trás", disse, ao recordar as imagens da cena do acidente.

O príncipe disse que foi aconselhado pela sua secretária privada a não olhar para algumas das outras fotografias que eram mais gráficas. E não o fez.

O príncipe explicou que queria ver as outras imagens como "prova" de que a sua mãe estava "no carro", a 31 de Agosto de 1997, "prova de que ela estava ferida", e "prova de que os próprios paparazzi que a perseguiram até ao túnel eram os mesmos que estavam a tirar fotografias" nos seus últimos momentos de vida.

"A última coisa que a mamã viu foi um flash", escreveu Harry no livro.


Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Tradução: Bárbara Wong

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