Para as escolas não ficarem como os hospitais, é preciso lutar agora, diz sindicato

Stop convocou para o próximo sábado uma “grande marcha pela educação”, apelando à presença de professores, alunos e pais e de todos os membros do universo educativo.

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Em Lisboa, protesto de professores em defesa da escola pública decorreu junto à câmara municipal LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

A delegada sindical Renata Cambra, do Sindicato de Todos os Professores (Stop), defendeu este sábado que, para as escolas públicas não ficarem no estado de ruptura em que estão os hospitais, é preciso melhorar as condições dos profissionais da educação.

Em declarações à Lusa em Lisboa, à margem do protesto convocado para este sábado em todas as capitais de distrito pelo Stop, Renata Cambra afirmou: "Queremos ser bons profissionais e fazer o melhor trabalho possível, mas não podemos deixar que a escola pública chegue ao estado a que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) chegou."

À margem do protesto que reuniu mais de uma centena de profissionais da Educação em Lisboa, acrescentou: "Se não queremos que as escolas fiquem no estado em que estão os nossos hospitais, temos de lutar agora, e não apenas os professores ou os assistentes operacionais, mas sim todos."

As manifestações convocadas para hoje nas 18 capitais de distrito de Portugal continental pretendem chamar a atenção "para o brutal desinvestimento na escola pública, que afecta o pessoal docente e não docente, originando uma enorme sobrecarga de trabalho pela falta de profissionais, que por sua vez existe porque as carreiras não são valorizadas, não há justiça na remuneração do tempo de serviço, uma avaliação injusta por quotas que impede progressão nas carreiras, não só dos professores educadores, mas também dos assistentes operacionais, técnicos e psicólogos".

Nas declarações à Lusa, Renata Cambra salientou que os professores "adoram os alunos e querem dar o melhor, mas para isso é preciso condições para trabalhar e mais professores colocados", o que "não tem acontecido nos últimos 17 anos".

Mostrando-se esperançada em que a situação possa, desta vez, mudar, a delegada sindical disse: "Estamos agora a fazer história e lutar em conjunto pelo aumento de todos os nossos salários, pelo fim da avaliação injusta e por quotas, pela contagem integral do tempo de serviço, pela recuperação de uma escola democrática e que tem em atenção todos os profissionais de educação".

O Stop convocou para o próximo sábado uma "grande marcha pela educação", apelando à presença de professores, alunos e pais e de todos os membros do universo educativo.

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