Infografia
Um mergulho em grutas a bordo de um robô com tecnologia portuguesa
E splash! Sustivemos a respiração e mergulhámos no mundo das grutas inundadas através dos “olhos” de um robô com tecnologia desenvolvida em Portugal. É considerado um dos robôs subaquáticos tecnologicamente mais evoluídos do mundo. Preparados?

Antes de começarmos uma viagem por grutas na Europa, temos de conhecer quem nos vai guiar — o robô UX-1Neo. Foi criado para explorar espaços inundados confinados, nomeadamente grutas subterrâneas inundadas.

Desenvolvido com base em tecnologia de robôs submarinos, foi feito para funcionar debaixo de água e ser manobrado em espaços apertados e ambientes extremos, aonde é difícil ou impossível que mergulhadores cheguem.
ESCALA HUMANA

É um veículo que também consegue fazer missões completamente autónomas e tem sempre uma grande precisão na navegação. Tudo graças à sua “anatomia”: tem um sonar multifeixe, dois sonares de varrimento rotativo, seis câmaras e seis sistemas de reconstituição tridimensional de luz estruturada.
SONAR MULTIFEIXE

CÂMARAS

ILUMINAÇÃO

Missão na gruta de Molnár János em Budapeste, na Hungria
Tecnologia desenvolvida em Portugal

A tecnologia do robô foi desenvolvida nos laboratórios do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc Tec), do Porto. Antes do UX-1Neo — o veículo em que viajamos —, tinha sido criado um robô no projecto UNEXMIN, com um financiamento europeu de 4,8 milhões de euros. A partir dele, ganhou vida o UX-1Neo no projecto UNEXUP, que teve 2,9 milhões de euros da Europa e que termina este ano. Todo este trabalho inclui parceiros de vários países europeus.
Além do desenvolvimento tecnológico, foi criada uma empresa para que o robô possa fazer serviços de inspecção e de análise geofísica. “O grande objectivo é que explore minas terrestres inundadas”, diz Alfredo Martins, investigador do Inesc Tec nestes projectos e professor do Instituto Superior de Engenharia do Porto.
O que o torna especial no terreno

Nas suas explorações, o robô consegue movimentar-se de forma controlada em espaços confinados e obter um mapa do ambiente. O sonar multifeixe e os sistemas de luz permitem a recolha de medidas 3D, até com água muito turva. “Existem poucos robôs adequados para a exploração de cavernas e este é inovador por ser o primeiro a explorar minas inundadas com um conjunto de sensores único para a sua dimensão e para a profundidade a que vai”, explica Alfredo Martins.
Expedição de 2022, abismo de Hranice
No terreno, o robô pode ser lançado com um cabo para o interior da gruta. Depois, os investigadores controlam e supervisionam-no remotamente. Também recebem dados e imagens. No final, recolhem-no. Há ainda outra opção: é programado, faz a missão autonomamente e espera-se que volte.



Um explorador de minas na Europa








