Bielorrússia: ex-medalhada olímpica condenada a 12 anos de prisão

Activista Aliaksandra Herasimenia, que vive fora do país, tem sido uma das vozes críticas do regime liderado por Alexander Lukashenko.

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Aliaksandra Herasimenia

As autoridades bielorrussas condenaram nesta segunda-feira dois activistas da oposição, que já deixaram o país, a penas de 12 anos de prisão, alegando a prática de actos que ameaçam a segurança do país. Entre eles está a antiga campeã olímpica Aliaksandra Herasimenia.

Um tribunal de Minsk julgou a ex-nadadora e o activista Alexander Opeikin, que há muito residem fora da Bielorrússia, na ausência dos réus. Em comum os dois têm o facto de terem criado a Fundação de Solidariedade do Desporto Bielorrusso, que juntou centenas de atletas críticos do Presidente Alexander Lukashenko e do seu regime autoritário.

Esta fundação contribuiu, por exemplo, para o cancelamento de alguns eventos desportivos que deveriam ter decorrido na Bielorrússia em 2021, como foi o caso dos Campeonatos Europeus de atletismo, do Mundial de hóquei no gelo ou do Mundial de Pentatlo Moderno. Um desfecho que foi encarado como uma humilhação para Lukashenko, um conhecido adepto de desporto.

As autoridades bielorrussas acusaram, assim, dos dois activistas de comprometerem a segurança nacional, tendo o julgamento decorrido à porta fechada sem a presença dos acusados - uma possibilidade aberta por uma nova lei aprovada pelo regime, em Julho, que permite julgar cidadãos que abandonaram entretanto o país, mesmo na sua ausência.

Para além dos 12 anos de prisão decretados, de acordo com a Associated Press o tribunal também ordenou o confisco do apartamento do qual Herasimenia é proprietária, bem como do carro e da conta bancária da ex-nadadora, que conquistou uma medalha de prata em Londres2012 e uma de bronze no Rio2016.

De acordo com o grupo de direitos humanos mais destacado do país, o Viasna, há actualmente 1439 prisioneiros políticos na Bielorrússia, tendo um rosto da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya (que vive no exílio, na Lituânia) já reagido: "Vergonhoso... É assim que o regime tenta castigar os opositores no exílio. Não consegue apanhá-los, mas os seus bens na Bielorrússia são confiscados".

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