SNS24 terá novo serviço de resposta médica para populações vulneráveis

Serviço começará por ser para idosos que vivem em lares e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Após triagem, podem ser encaminhados para consulta de telemedicina.

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Luís Goes Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que gerem a Linha SNS24 LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A Linha SNS24 vai dispor, a partir de Janeiro, de um serviço de atendimento e de resposta médica para populações mais vulneráveis, como idosos residentes em lares, revelou esta sexta-feira à agência Lusa o secretário de Estado da Saúde.

"O nosso objectivo é que haja um primeiro contacto desta população, em caso de necessidade, com a Linha Saúde 24 e a partir daí haja uma avaliação e o encaminhamento das pessoas", disse Ricardo Mestre no final de uma visita ao Centro de Contacto SNS24, acompanhado pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, e pelo presidente do Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Luís Goes Pinheiro.

Segundo o governante, esta resposta vai começar por estar disponível para idosos que vivem em lares e utentes das unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Após um processo de triagem, como acontece para as outras respostas da Linha SNS24, o utente será encaminhado para uma consulta de telemedicina em caso de necessidade.

Apesar do número de chamadas para a linha SNS24 ter vindo a aumentar, atingindo na quinta-feira um total de nove milhões desde o início deste ano, o secretário de Estado apelou para um maior uso da linha (808242424).

"É um valor muito elevado, que significa que a população adere à Linha SNS24, mas também é um valor que nos permite perceber que ainda temos capacidade de expandir a sua resposta", disse Ricardo Mestre, frisando que o serviço está disponível para ser "o primeiro ponto de contacto dos utentes com o Serviço Nacional de Saúde".

Ricardo Mestre enfatizou que cerca de 97% do total de chamadas são atendidas e, destas, mais de 80% são atendidas em 15 segundos.

Também Margarida Tavares salientou a importância da utilização deste serviço que fez questão de visitar, para "perceber presencialmente como as coisas se desenrolam".

"Queremos chamar a atenção dos portugueses para a necessidade de, numa altura como esta, em que existem maiores problemas de saúde e mais frequentes, devido a infecções respiratórias, aos próprios efeitos das temperaturas, descompensação da doença crónica e, portanto", de recorrerem a este serviço, que muitas vezes não ocorre como primeira opção quando a pessoa se sente mal", disse a secretária de Estado.

Margarida Tavares referiu que as pessoas continuam a ter aquele primeiro pensamento de ir ao serviço de urgência, o que considerou não ser a melhor forma de agir.

"Pelo menos, em algumas circunstâncias, muitas das pessoas que vão tomar essa opção não precisariam de ir a um serviço de urgência, tinham outras respostas e queremos, de facto, que utilizem esta linha de aconselhamento e de orientação ao longo de todos os serviços do SNS", defendeu.

Sublinhando que o atendimento é rápido, Margarida Tavares disse que "não se perde rigorosamente nada em ligar para a linha SNS24, mas sim ganha-se", porque se pode ter um aconselhamento que até pode permitir a pessoa ficar no conforto da sua casa e aguardar um novo contacto para ver a evolução da situação.

"Queríamos transmitir às pessoas que é mesmo um serviço muito seguro, muito importante", afirmou, sensibilizando que ao acorrer a um serviço de urgência hospitalar, o doente está a sujeitar-se a tempos de espera, "provavelmente exagerados", e a não permitir que esse serviço tenha uma resposta mais eficaz para os que mais precisam.

Margarida Tavares elucidou que estão a registar-se cerca de 18 mil episódios nas urgências hospitalares diariamente, "o que é de facto muito", e apenas 6000 contactos para o SNS24.

"Nós queríamos que fosse ao contrário, que muita gente ligasse ao SNS24 e que só uma pequena proporção se deslocasse a uma urgência hospitalar. Outras seriam encaminhadas para um centro de saúde mais próximo com consulta aberta e muitas poderiam, com algum aconselhamento e tranquilização, ficar em casa", disse.

Segundo Ricardo Mestre, o serviço está preparado para responder a picos de atendimento, porque tem uma capacidade de gestão flexível para ir ao encontro das necessidades.

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