Marcelo vai condecorar mais 60 capitães de Abril na próxima semana

O Presidente da República nota que todos os capitães de Abril merecem distinção, independentemente do que fizeram antes e depois. “Estiveram no 25 de Abril”, disse. “É indesmentível e é indiscutível.”

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Marcelo falava na Capela do Rato, em Lisboa, durante uma iniciativa sobre a vigília que ali ocorreu em Dezembro de 1972 LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Presidente da República anunciou esta quarta-feira que vai condecorar mais 60 capitães de Abril na próxima semana, defendendo uma vez mais que todos merecem distinção, independentemente do que fizeram antes e depois.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na Capela do Rato, em Lisboa, durante uma iniciativa sobre a vigília que ali ocorreu em Dezembro de 1972, organizada pela Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, comemorações que se irão estender até 2026.

"Na semana que vem serão condecorados mais 60 capitães de Abril e, portanto, serão condecorados todos os capitães até 2024 que de acordo com o levantamento da Associação 25 de Abril de facto tiveram um papel, e foram centenas", declarou.

O chefe de Estado referiu que "havia condecorações pontuais, o que parecia muito injusto, uns eram condecorados porque sim e outros não eram condecorados porque não" e considerou que isso "não faz sentido".

"Eu sei como isso é polémico, sobretudo porque há polémica sobre aqueles que estiveram no 25 de Abril e antes tinham tido um passado e depois tiveram um futuro, e não tanto o passado mas o futuro depois suscita controvérsias, mas historicamente estiveram no 25 de Abril, isso é indesmentível e é indiscutível", argumentou.

Na Capela do Rato estavam presentes a comissária executiva da Estrutura de Missão para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, a historiadora Maria Inácia Rezola, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que a antecedeu nessas funções, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

No fim desta sessão, Marcelo Rebelo de Sousa entregou ao capelão, António Martins, as insígnias do título de membro honorário da Ordem da Liberdade atribuído à comunidade da Capela do Rato, mencionando que a proposta foi de Pedro Adão e Silva, antes de ser ministro.

Em 24 de Março deste ano, na cerimónia de abertura das comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril, no Pátio da Galé, em Lisboa, o Presidente da República condecorou com a Ordem da Liberdade 30 militares de Abril.

Quando discursou perante a Assembleia da República no 25 de Abril deste ano, Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu os capitães de Abril e defendeu que o seu "gesto refundador" deve ser agradecido "pense-se o que se pensar sobre o que foram antes e depois desse gesto".

"Pense-se o que se pensar sobre o que foram antes e depois desse gesto, ele foi único, singular e decisivo. Sem ele não haveria hoje uma Assembleia da República livre com vozes livres. Não há como esquecê-lo na escrita ou na reescrita da História", disse.

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