Portugal pode festejar os golos, que o árbitro espera

Bernardo Silva, pelo que fez com a Suíça, e João Félix, pelo que disse nesta sexta-feira, não conhecem as regras do desporto que praticam. Pela lei, nada os obriga a saírem do festejo dos golos.

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Bernardo Silva na celebração frente à Suíça SportTV Portugal

Parecia um assunto sem especial importância e um detalhe apenas para quem gosta de “escavar” nas leis do futebol, mas a conferência de imprensa antes do Portugal-Marrocos recolocou na berlinda o momento em que Bernardo Silva interrompeu a celebração de um dos golos frente à Suíça.

Nesse momento, o médio viu que tinha todos os colegas fora do terreno de jogo e, imbuído de uma pretensa sagacidade, regressou para dentro do relvado (ver imagem principal), no meio-campo suíço, para que o árbitro não pudesse apitar para o recomeço — e, em teoria, permitir que a Suíça rapidamente corresse com a bola para a baliza deserta.

Nesta quinta-feira, depois de o assunto aparentemente já ter “caído”, vimos com alguma surpresa o momento em que João Félix foi questionado sobre esse detalhe por uma jornalista estrangeira. De forma algo bizarra, o jogador mostrou, tal como Bernardo, desconhecer as regras do desporto que pratica.

“Nem sei essa regra. Mas, como estávamos todos a festejar fora do campo, ele ficou dentro, para eles não seguirem o jogo. Não tínhamos lá ninguém atrás e se eles seguissem iam fazer golo. Foi para o árbitro não deixar seguir o jogo”, explicou Félix.

A Lei 8 das Leis do Jogo é bastante clara acerca do pontapé de saída. “Todos os jogadores, excepto o que executa o pontapé de saída, devem encontrar-se no seu próprio meio-campo.”

A esta explicação acrescenta-se o texto da Lei 3, que diz que “nenhum jogo pode começar ou continuar se uma das equipas tiver menos de sete jogadores (...) o árbitro não deve recomeçar o jogo se uma equipa não tiver o mínimo de sete jogadores”.

Por fim, mesmo que um bloqueio mental tirasse os preceitos legais da cabeça do árbitro, nenhum juiz se prestaria a permitir que um jogo recomeçasse com uma equipa a celebrar um golo. Se não fosse pela lei, seria pelo bom senso.

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