PS: Plano de Drenagem de Lisboa vai ajudar, mas “não garante” fim das cheias

Vereadores socialistas em Lisboa vão apresentar uma proposta para que a CML “reavalie planos de manutenção das principais infra-estruturas e colectores” e reforce meios de combate às cheias.

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Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, visitou hoje a zona de Alcântara, uma das mais afectadas pelo mau tempo LUSA/Manuel Almeida

O PS apresentará, brevemente, em reunião camarária, uma proposta para que a Câmara de Lisboa "reavalie os planos de manutenção das principais infra-estruturas e colectores" e a "possível adaptação dos meios humanos de combate" às cheias na capital.

Segundo adianta um comunicado dos vereadores socialistas, a proposta para que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) reavalie os planos de manutenção das principais infra-estruturas e colectores prevê a participação do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), numa altura que a actual realidade climática afecta "toda a cidade" de Lisboa e "não apenas a zona ribeirinha".

O PS reconhece que o Plano de Drenagem irá adaptar de forma mais estrutural a cidade de Lisboa às alterações climáticas sentidas, mas alerta que, por si só, isso "não garante que não ocorrerão cheias em eventos extremos", pelo que Lisboa "tem de se preparar, também, na capacidade de resposta dos mecanismos de bombeamento dos túneis rodoviários e manutenção e preparação das principais infra-estruturas da cidade".

"Agora é o momento de reparar os prejuízos. E nesse sentido, considerando que a CML aprovou, há mais de dois meses, um plano de medidas para combater os efeitos sociais da inflação, incluindo 12 milhões de euros para apoiar os comerciantes, e nem um cêntimo chegou às pessoas e empresas, importa que a CML execute o que promete", dizem os vereadores socialistas.

Para tal - reivindicam - numa das duas reuniões camarárias da próxima semana (12 e 14 Dezembro), o presidente da Câmara, Carlos Moedas (PSD), "tem de trazer um plano de apoio de emergência para o apoio imediato às pessoas e comerciantes que sofreram severos prejuízos materiais no decurso das cheias".

Lembram, a propósito, que a precipitação que se abateu na noite de quarta para quinta-feira sobre a zona da Grande Lisboa registou em poucas horas quase um terço dos valores médios de pluviosidade do mês de Dezembro, num "fenómeno anormal mas cuja frequência, com agravamento alterações climáticas, será cada vez mais recorrente".

Entretanto, também em comunicado, o PAN veio expressar, no seguimento das inundações, a sua "solidariedade" para com todas as pessoas atingidas por este "fenómeno extremo", agradecendo a todos os profissionais envolvidos em operações de resgate e que estão ainda a trabalhar para que a cidade regresse à "normalidade". O partido transmitiu ainda as suas condolências à família da mulher que morreu em Algés.

"Se ainda persistem dúvidas em relação às alterações climáticas, esta foi, infelizmente, mais uma prova de que temos de estar preparados para este tipo de acontecimentos extremos, que serão cada vez mais recorrentes e intensos. O Plano de Drenagem não pode ser a única solução, é necessário um plano holístico para o problema. A nova construção não deve impermeabilizar ainda mais os solos, é necessário criar mais espaços verdes, apoiar soluções construtivas com sistemas de recolha e aproveitamento das águas pluviais", defendeu o PAN, pela voz do deputado municipal António Morgado Valente.

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