Juros dos depósitos começam a “descongelar” e sobem de 0,05% para 0,24%

Remuneração média dos novos depósitos atingiu em Outubro um novo máximo desde Novembro de 2017. Montante também subiu.

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Pascal Lauener

A taxa de juro dos novos depósitos a prazo registou em Outubro um pequeno salto, passando de 0,05% para 0,24%, um máximo desde Novembro de 2017. E o montante aumentou, atingindo 4726 milhões de euros, mais 824 milhões do que em Setembro e mais 1,3 mil milhões de euros do que em período homólogo.

Em sentido inverso, e como já outros dados apontavam, os novos empréstimos aos particulares caíram em Outubro, totalizando 1798 milhões de euros, menos 211 milhões de euros do que em Setembro.

O aumento da remuneração dos depósitos, divulgado esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), é explicado por vários factores, como a forte subida das taxas de juro dos empréstimos, especialmente os da habitação, mas essencialmente pelo facto de outras alternativas de financiamento dos bancos terem ficado mais caras, quer junto do Banco Central Europeu (BCE), quer junto do mercado.

Há ainda outro factor a pesar, que é a forte concorrência dos Certificados de Aforro, que têm visto a taxa de juro subir de forma expressiva, acima de 2,8% para subscrições a realizar em Dezembro ou a rever a taxa no corrente mês, porque a sua remuneração está associada à taxa Euribor a três meses.

A evolução da taxa de juro média dos novos depósitos “representa a maior subida mensal desde Fevereiro de 2012”, destaca o BdP.

Do montante de novos depósitos constituídos em Outubro, 4205 milhões de euros foram aplicados em depósitos a prazo até um ano, remunerados a uma taxa de juro média, neste caso, de 0,23%.

Dados recentes divulgados pelo supervisor bancário mostravam que a evolução do stock de empréstimos, especialmente os destinados à compra de casa, e depósitos espelhavam a maior preocupação das famílias em relação à conjuntura económica. O montante de novos empréstimos desacelerou ligeiramente em Outubro e, também por isso, os depósitos aumentaram.

No final de Outubro, o montante total de empréstimos para habitação era de 100,1 mil milhões de euros, mais 100 milhões de euros do que no final de Setembro, e os depósitos totalizaram 182,1 mil milhões de euros, precisamente o aumento de 0,8 mil milhões de euros relativamente a Setembro.

Depósitos das empresas disparam

Uma forte subida verificou-se ainda nos novos depósitos a prazo das empresas, que totalizaram 3233 milhões de euros em Outubro, mais do dobro dos 1112 milhões verificados no mês anterior e ainda mais longe dos 889 milhões do mesmo mês do ano passado.

A taxa de juro média daqueles depósitos também aumentou, fixando-se em 0,44%, acima dos 0,36% do passado mês de Setembro, e um “salto” significativo face aos 0,03% de Outubro de 2021.

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