TAP quer um novo aeroporto “com todas as valências concentradas num único pólo”

O diagnóstico foi feito por Ramiro Sequeira, administrador executivo da empresa no debate sobre o novo aeroporto organizado pelo CES e pelo PÚBLICO.

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Novo aeroporto de Lisboa no papel há cinco décadas Joana Bourgard, Joana Gonçalves

Para a TAP, a melhor escolha para um novo aeroporto será a que opte por “uma infra-estrutura com todas as valências concentradas num único pólo”, ao encontro do que é o seu modelo de negócio de hub-and-spoke (redistribuição de passageiros).

O diagnóstico foi feito esta terça de manhã por Ramiro Sequeira, administrador executivo da empresa com o pelouro das operações (chief operating officer), no debate sobre o novo aeroporto organizado pelo CES e pelo PÚBLICO.

A infra-estrutura, acrescentou ainda o gestor, deve também ter uma “verdadeira capacidade de expansão”. Para a TAP, a localização do novo aeroporto deve ser “sem limitações” no espaço aéreo, o que não acontece actualmente na Portela.

O “ecossistema aeroportuário encontra-se ‘saturado’”, vincou o gestor na sua apresentação, adiantando que o aeroporto Humberto Delgado já atingiu o seu máximo de movimentos, sem margem para conseguir reagir a fenómenos que provoquem atrasos, como o nevoeiro.

A actual infra-estrutura de Lisboa, destacou, com apenas uma pista, está “limitada em termos de serviços operacionais”, e tem “uma das mais baixas pontualidades do mundo”, comparando mal com concorrentes directos como Madrid.

Quanto ao novo aeroporto, este deve ter características como “zonas de check-in com áreas amplas e com tecnologia avançada” e “amplas zonas de embarque” com tecnologia biométrica. Das cinco soluções em cima da mesa que vão ser estudadas pela comissão técnica independente, três são duais e outras duas envolvem a construção de um novo aeroporto de âmbito internacional.

Neste momento, conforme destacou Ramiro Sequeira, a TAP, principal companhia a operar em Lisboa (com uma quota de mercado de 53%, segundo os últimos dados da empresa), está limitada no seu crescimento por causa do plano de reestruturação, mas os impedimentos, como no número de aviões, acabam em 2025. E se a estratégia da empresa é melhorar as suas contas, isso acaba por ser afectado por questões como a falta de pontualidade e os cancelamentos.

Nos primeiros nove meses, afirmou o gestor, a TAP transportou nove milhões de passageiros, dos quais 4,6 milhões em Lisboa, números que comparam com 16 milhões e 8 milhões de 2019, respectivamente. No entanto, adiantou, “em 2023, a TAP projecta transportar sensivelmente o mesmo número de passageiros” que transportou em 2019.

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