Palcos da semana

Rosalía em concertos, Super Bock em Stock, violência doméstica em cena e Faraós Superstars ao ritmo de um Som Riscado.

Crystal Murray
Fotogaleria
Crystal Murray integra a comitiva do Super Bock em Stock Melissa Araújo
p2,opera,lazer,artes,culturaipsilon,musica,
Fotogaleria
A digressão mundial de Rosalía passa por Braga e Lisboa DR
p2,opera,lazer,artes,culturaipsilon,musica,
Fotogaleria
Lugar Comum, uma ópera sobre violência doméstica, estreia-se no Porto DR
p2,opera,lazer,artes,culturaipsilon,musica,
Fotogaleria
A Gulbenkian prepara-se para receber Faraós Superstars DR
p2,opera,lazer,artes,culturaipsilon,musica,
Fotogaleria
O Som Riscado culmina num cineconcerto de Mão Morta Redux André C. Macedo

Rosalía a espraiar o furacão

Quem a viu na estreia por cá, em 2017, em Braga, ao lado de Raül Refree, já lhe adivinhava o fenómeno e a revolução na voz. Na altura, Rosalía tinha em mãos Los Ángeles, mas seria o segundo disco a projectá-la para o estrelato global. Foi com El Mal Querer a varrer escaparates, palcos e crítica, com o flamenco no olho do furacão, que a cantora espanhola se apresentou no Primavera Sound portuense, em 2019.

Entretanto, deu descanso ao ritmo andaluz, inspirou-se na cultura pop japonesa, espraiou-se por todo o tipo de paisagem sonora e encapsulou tudo em Motomami, o disco que motiva esta sua primeira digressão mundial.

De casa em casa

Ana Moura vai ao Capitólio abrir as portas da Casa Guilhermina que acaba de editar. Na mesma sala, Papillon revela as “histórias de dor, amor, tristeza, fé e superação” do novíssimo Jony Driver. Alfie Templeman leva Mellow Moon ao Coliseu, onde também estará David Bruno a desfiar a audionovela Sangue & Mármore com convidados. No São Jorge, Céu mostra Um Gosto de Sol e os Bala Desejo acenam com Sim Sim Sim. A estação do Rossio encarrila com os W.H. Lung em Vanities, enquanto os Pluto se reúnem na Garagem EPAL.

São exemplos dos muitos concertos e salas ocupados pelo lisboeta Super Bock em Stock. Miami Horror, TV Girl, Crystal Murray, The Clockworks, Zola Blood e Willow Kayne são outros na rota do festival outonal lisboeta, que funciona no eixo da avenida da Liberdade como montra dos “principais representantes da música emergente do momento”, sublinha a organização.

Um “berro surdo” num Lugar Comum

Silêncios, ópera, violência. O trio de palavras-chave é usado no site do Teatro Municipal do Porto para identificar este Lugar Comum. Nasceu da vontade de criar um espectáculo “que espelhasse no palco de um teatro a dureza da realidade social que o palco doméstico esconde”.

Concretizou-se na união da Santa Casa da Misericórdia do Porto, do Rivoli e do Quarteto Contratempus. Traduziu-se em três anos de trabalho conjunto de “colaboradores da área social, artistas e públicos vulneráveis”, explica a folha de sala. E estreia-se agora, com toda a força simbólica, no Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.

A ópera “começa a doer pelo próprio nome”, adianta Mário João Alves, autor do libreto. Em cena, o “ar frio, visível pelo bafo da respiração, é como um berro surdo, uma golfada de ar espesso, largada assim que acabada de engolir”, acrescenta. Sofia Sousa Rocha assina a composição. A encenação é de António Durães.

Vedetas egípcias

Fascínio, fama e cultura pop protagonizadas por vedetas milenares. No momento em que se celebra o centenário da descoberta do túmulo de Tutankhamon, Lisboa acolhe “uma reflexão sobre a figura do faraó e sobre o papel que desempenha como símbolo do Antigo Egipto e ícone de celebridade”.

Assim se apresenta a exposição Faraós Superstars, que a Gulbenkian inaugura na próxima sexta-feira, com um total de cerca de 250 peças provenientes de acervos tão ricos como os do Museu Britânico, do Louvre ou do próprio museu lisboeta. Relíquias e artefactos da antiga civilização do Nilo convivem com iluminuras medievais e obras de arte de várias épocas (incluindo a nossa), num panorama em que até a música pop e a publicidade têm lugar.

A curadoria é de João Carvalho Dias, do Museu Gulbenkian, e de Frédéric Mougenot, director das colecções de antiguidades e cerâmica do Palais des Beaux-Arts de Lille. À margem da exposição, há jogos para famílias, oficinas, visitas orientadas e outras actividades.

Silêncio, que se vai riscar o som

Entre testes de som e uma discoteca silenciosa cabe todo um Som Riscado. O festival algarvio chega à sétima edição a reforçar o seu ADN de inovar e misturar os campos do som e da imagem. Começa por desvendar Sublumia, uma instalação sonora e visual do Sonoscopia que estará patente ao longo dos três dias, e há-de culminar nos Mão Morta Redux a darem música (original e ao vivo) à comédia muda de Boris Barnet A Casa na Praça Trubnaia.

Pelo meio, acolhe a ópera audiovisual 70.ª semana, o Soundcheck do Teatro da Didascália, ecos de Loulé captados para Sulisonias - O Som Verde dos Campos, o espectáculo Máquina Magnética e a Cinematheque do pianista Jorge Moniz, além de convidar o público a pôr os auscultadores para um pé de dança numa Silent Disco.

Sugerir correcção
Comentar