PJ voltou à Câmara de Setúbal no âmbito da investigação à recepção de refugiados

Investigação judicial teve início na sequência da polémica em torno da recepção do município sadino a refugiados ucranianos por dois cidadãos russos, alegadamente com ligações ao Kremlin.

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Ucranianos foram recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes de Putin DR

A Polícia Judiciária efectuou esta quarta-feira uma nova diligência na Câmara de Setúbal relacionada com o acolhimento de refugiados ucranianos e suportes informáticos utilizados na Linha Municipal de Apoio a Refugiados, revelou à Lusa fonte do gabinete da presidência.

A autarquia sadina adiantou que foi dada toda a colaboração solicitada pela Polícia Judiciária de Setúbal, mas não esclareceu se houve alguma apreensão de material no âmbito da investigação em curso a eventuais crimes de “utilização de dados de forma incompatível com a finalidade da recolha, acesso indevido e desvio de dados”, previstos na Lei de Protecção de Dados Pessoais.

Em Maio, a Polícia Judiciária já tinha efectuado uma operação de busca à Linha de Apoio a Refugiados da Câmara de Setúbal e à Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo), no âmbito da investigação do Departamento de Investigação e Acção Penal da Comarca de Setúbal.

A investigação judicial teve início na sequência da polémica em torno da recepção do município sadino a refugiados ucranianos por dois cidadãos russos, alegadamente com ligações ao Kremlin, denunciada pelo jornal Expresso.

O semanário noticiou a 29 de Abril deste ano que ucranianos foram recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes do regime de Vladimir Putin, que fotocopiaram documentos dos refugiados da guerra iniciada a 24 de Fevereiro, com a invasão militar russa da Ucrânia.

Segundo o jornal, pelo menos 160 refugiados ucranianos terão sido recebidos pelo russo Igor Khashin, membro da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo) e antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Iulia Kashina, funcionária do município.

A 10 de Maio, a Assembleia Municipal de Setúbal chumbou duas moções de censura ao executivo camarário apresentadas por PS e PSD, em protesto contra a recepção de refugiados ucranianos por cidadãos russos com alegadas ligações ao Kremlin.

A moção do PSD pedia a demissão do presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), enquanto a moção do PS visava apenas a censura da gestão autárquica e não apenas na questão da recepção aos refugiados ucranianos, mas foram ambas rejeitadas.

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