Casamento com Barack “não é um mar de rosas”, confessa Michelle Obama

Em A Luz que nos Ilumina, a ex-primeira-dama dos EUA Michelle Obama regressa ao síndrome do impostor e revela como o tricô foi importante para ultrapassar os anos de pandemia.

Foto
Com o novo livro, Michelle Obama quer “ajudar as pessoas a se sentirem menos sozinhas” Reuters/JONATHAN ERNST/arquivo

“Eu e o Barack discutimos muito”, admitiu Michelle Obama numa entrevista por e-mail ao jornal brasileiro O Globo, dizendo que o seu casamento “definitivamente não é um mar de rosas” (sunshine and rainbows, no original). O que não é transformado num problema pela antiga primeira-dama norte-americana: “Estar num relacionamento longo não significa que sejam duas metades da mesma laranja”.

Em vésperas do lançamento do seu livro A Luz que nos Ilumina - Superar tempos de incerteza (publicado em Portugal pela editora Objectiva), Michelle Obama regressa também à síndrome do impostor de que já tinha revelado sofrer no passado. “É prática diária silenciar o ‘não’ na sua própria cabeça, a coisa que lhe diz, ‘não tente essa coisa nova'”, confessou Michelle Obama numa entrevista ao Good Morning America.

A ideia de “não ser digna” ou de “não estar à altura”, explica, vem desde que se lembra. E, constata no seu novo livro, se tivesse cedido ao medo, hoje a história americana não seria a mesma, já que a primeira coisa que pensou quando Barack Obama lhe fez saber da sua intenção de se candidatar à Casa Branca foi: “Oh não, ele deve estar louco”.

Mas a intenção deste livro foi outra: “ajudar as pessoas a se sentirem menos sozinhas”, disse ao Globo, usando a sua própria experiência durante os anos de pandemia. A mulher mais admirada do planeta, segundo o instituto de estudos de mercado e sondagens YouGov, não hesita em admitir como foram difíceis os tempos de isolamento, mesmo tendo em conta a situação de “sorte e privilégios” que vivia.

É que, descreve, “esse momento de quietude e isolamento foi um grande desafio (...). Foi como abrir um alçapão para uma montanha de preocupações” que Michelle Obama nem sabia que tinha, confessando que o facto de estar sempre ocupada acabou por servir como “uma espécie de ferramenta” para não ter de lidar com alguma divagação, mágoa ou sentimento — “guardava numa gaveta mental e deixava lá”.

Apesar de celebrar o facto de ter tido as duas filhas em casa, numa altura em que já é difícil acompanhar a vida social das jovens (Malia tem 24 anos; Sasha, 21), com o confinamento e isolamento social sentiu um aumento dos níveis de ansiedade e acabou por encontrar a calma nas agulhas do tricô: “Quando a vida ficou difícil e as coisas pareciam esmagadoras, sem saída, tricotar, costurar e bordar revelaram-se a minha arma secreta para manter a calma e a ansiedade sob controlo”, confessou ao Globo.

Sugerir correcção
Comentar