O Vaticano vai investigar cardeal francês que admitiu abuso de menor

A investigação só começará quando a pessoa que tiver a “autonomia, imparcialidade e experiência necessárias” for encontrada e quando a investigação civil francesa termwinar

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O cardeal Jean-Pierre Ricard REUTERS/Alessandro Bianchi/File Photo

O Vaticano vai abrir uma investigação ao cardeal francês Jean-Pierre Ricard, que no início desta semana admitiu ter abusado sexualmente de uma rapariga de 14 anos há mais de 30 anos.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse na sexta-feira que uma investigação preliminar será iniciada quando for encontrada a pessoa mais adequada para a conduzir, uma pessoa que tenha a “autonomia, imparcialidade e experiência necessárias”.

Matteo Bruni afirmou ainda que o facto das autoridades judiciais francesas terem aberto um processo relativo ao caso será tido em conta. A investigação do Vaticano não começará até à conclusão do inquérito das autoridades civis francesas, para que se possa usar a informação recolhida.

No início da semana, Ricard, de 78 anos, admitiu o abuso da menor, acontecido há 35 anos, quando era padre numa paróquia.

Ricard, que foi bispo na região de Bordéus de 2001 a 2019 e elevado a cardeal em 2006 pelo antigo Papa Bento XVI, pediu perdão e anunciou que abandonaria as suas funções e que estaria disponível para as autoridades civis e eclesiásticas.

Onze bispos em França estão sob investigação por abusos sexuais. Uma investigação independente revelou, no ano passado, que membros do clero abusaram sexualmente de mais de 200 mil crianças nos últimos 70 anos.

Depois da investigação do Vaticano, o Papa Francisco pode condenar Ricard a uma vida de oração e penitência em isolamento ou à expulsão do sacerdócio.

O último cardeal a ser expulso foi Theodore McCarrick, dos Estados Unidos, em 2019, depois de uma investigação interna o ter considerado culpado de abuso sexual de menores e adultos e de abuso de poder.

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