Deputados municipais reúnem-se com a Metro do Porto

Da agenda constam a Linha Rubi, que ligará Santo Ovídio à Casa da Música, e os impactos da futura ponte sobre o Douro.

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Rui Sá, deputado municipal da CDU, discorda da localização da futura ponte sobre o Douro NEG NELSON GARRIDO

A Assembleia Municipal do Porto reúne-se segunda-feira com a administração da Metro do Porto para discutir a nova Linha Rubi, cujo projecto está em fase de consulta pública, e os “impactos negativos” que a construção e o funcionamento da futura ponte sobre o rio Douro, na zona da Arrábida, colocarão aos moradores. Trata-se de uma reunião restrita, solicitada pela CDU, na qual participam apenas dois representantes por cada grupo municipal. Há sete partidos representados neste órgão fiscalizador.

O que o deputado municipal da CDU, Rui Sá, tinha proposto era uma sessão extraordinária do órgão municipal para se discutir o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), mas o Movimento Rui Moreira, PSD e PS inviabilizaram o pedido e mostraram apenas disponibilidade para uma reunião restrita dos deputados municipais com a empresa Metro do Porto, entidade concessionária do Sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto.

“É uma reunião informal em que cada grupo pode confrontar a Metro do Porto com as suas dúvidas e assumir as suas posições, mas não haverá uma posição formal da Assembleia Municipal do Porto”, disse ao PÚBLICO Rui Sá, que levanta objecções relativamente à localização da futura travessia que vai servir aquela Linha Rubi ligando Santo Ovídio, passando pelas Devesas, em Vila Nova de Gaia, à Casa da Música, no Porto.

Afirmando que o “pecado original” da nova travessia é a sua localização e sendo inverosímil haver um recuo quanto à sua implantação, Rui Sá revela que aquilo que verdadeiramente o preocupa é que no Estudo de Impacto Ambiental “não estejam acauteladas uma série de questões para minimizar o impacto da construção da ponte junto de moradores e empresários que vão ser afectados.”

Apesar de considerar prioritária a construção da Linha Rubi do Metro do Porto, a CDU refere, numa nota enviada nesta sexta-feira à comunicação social, que tem sido a força política que “desde o início criticou a forma como foi lançado o programa da nova travessia do Douro, que contraria o que estava estabelecido no Plano Director Municipal do Porto então em vigor (que previa que esse atravessamento se fizesse a jusante da Faculdade de Arquitectura)”.

O início da construção da ponte está marcado para 2023 e estima-se que esteja concluída dois anos e 10 meses depois. Tratando-se de uma obra financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não pode haver derrapagens nos prazos. O preço da obra ronda os 300 milhões de euros.

Antes da reunião, marcada para o fim da tarde de segunda-feira, a Metro do Porto reunir-se-á, nas suas instalações, com a Junta de Freguesia Lordelo do Ouro/Massarelos e moradores da zona para falar sobre o projecto.

O deputado municipal da CDU lamenta, em declarações ao PÚBLICO, que só agora a Metro do Porto tenha convocado moradores e a Junta de Freguesia para uma reunião que, na sua opinião, deveria ter acontecido logo que se iniciou a discussão pública, a 6 de Outubro, e revelou, a este propósito, que a Coligação Democrática Unitária realizou, nesta quinta-feira, uma audiência pública na Junta de Massarelos com moradores e empresários da zona que manifestaram as suas preocupações.

Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, advertiu o Conselho de Administração da Metro do Porto, presidido por Tiago Braga, para o impacto “profundamente negativo” gerado pela empreitada da construção da nova Linha Rosa, que vai ligar a Estação de S. Bento à Casa da Música, e para os “excessivos atrasos” que a empreitada está a registar. Mas Rui Moreira foi mais longe ao acenar com a possibilidade de não autorizar mais obras do metro enquanto não terminarem aquelas que estão em curso.

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