Moreira diz que EIA da linha Rubi do Metro do Porto confirma preocupações sobre ponte

Ainda assim, o autarca acredita que o arquitecto Álvaro Siza Vieira vai conseguir “mitigar” o impacto da nova ponte do lado do Porto.

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Moreira salienta que o estudo veio confirmar a sua "opinião e preocupação". Rui Oliveira

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou esta quinta-feira que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da linha Rubi do Metro do Porto confirma as “preocupações” que tem vindo a manifestar relativamente à nova ponte sobre o Douro.

Em declarações à agência Lusa, o autarca independente afirmou que as conclusões do EIA da linha Rubi do Metro do Porto confirmam as preocupações que tem vindo a manifestar ao admitir que a nova ponte sobre o rio Douro causa um “impacto negativo bastante significativo” na paisagem.

“Eu esperava não ter razão. Este estudo, na questão cénica, que é muito importante para a cidade, vem confirmar a minha opinião e preocupação”, salientou Rui Moreira.

Lembrando que desde o anúncio da localização e altura da nova ponte manifestou “reservas e preocupação”, Rui Moreira salientou que estudo “vai no mesmo sentido”.

“É uma matéria em que não posso ter nenhuma intervenção”, reforçou o presidente da câmara, dizendo, no entanto, que a participação do arquitecto Álvaro Siza Vieira “tranquiliza”, sobretudo, na relação entre a ponte e os seus acessos com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP).

“Dá-nos alguma tranquilidade, mas continuo a pensar que esta não era a localização que a cidade queria. A minha opinião coincide totalmente com o Estudo de Impacto Ambiental”, acrescentou, dizendo acreditar que o arquitecto vai conseguir “mitigar” o impacto da nova ponte do lado do Porto.

O EIA da linha Rubi do Metro do Porto admite que a nova ponte sobre o rio Douro causa um “impacto negativo bastante significativo” na paisagem e, “sobretudo, cenicamente”, apesar de estarem previstas medidas de mitigação projectadas pelo arquitecto Álvaro Siza.

Ao contrário dos restantes impactos para o restante traçado da linha Rubi, que “terá um impacte nulo” no traçado subterrâneo ou “ocorrendo pontualmente alguns impactes pouco significativos”, “constitui excepção o novo atravessamento do rio Douro, que terá um impacte negativo na paisagem bastante significativo, estrutural e, sobretudo, cenicamente”.

As informações constam do resumo não técnico do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da linha Rubi do Metro do Porto, que entrou em consulta pública na quarta-feira e que ficará aberta até 17 de Novembro.

O mesmo resumo refere, porém, que, “globalmente, a implementação do projecto, apesar de acarretar a ocorrência de impactes negativos na paisagem, não se constitui como uma disrupção inaceitável na paisagem da cidade do Porto”.

Em 27 de Setembro, Rui Moreira, que respondia às considerações feitas pelo eleito da CDU Rui Sá de que no Porto “se brinca às pontes”, disse ter dúvidas se a construção da nova ponte do metro, no âmbito do projecto da linha Rubi, “é necessária”.

“Não era ali que eu fazia a ponte, não fazia a ponte com aquela altura e tenho dúvidas se a ponte é necessária”, afirmou Rui Moreira, durante a sessão da Assembleia Municipal do Porto.

A construção da futura linha Rubi do Metro do Porto, entre Santo Ovídio e Casa da Música, deverá levar dois anos e 10 meses, podendo obrigar à demolição de edifícios em Gaia, segundo o EIA.

Em Gaia, as estações previstas para a linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.

A construção da linha Rubi, prevista no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), custará 300 milhões de euros mais IVA.

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