Benfica garante milhões, primeiro lugar e estatuto especial nos “oitavos”

A goleada em Israel, frente ao Maccabi, foi mais uma demonstração de qualidade da equipa “encarnada”, que reverteu a diferença de golos para o PSG. Houve festa rija do Benfica no relvado de Haifa.

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Benfica e Maccabi em acção Reuters/RONEN ZVULUN

Quando entrou em campo em Israel, nesta quarta-feira, o Benfica não jogava pelo acesso aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, que esse objectivo — o mais importante — já estava “no bolso”.

Mas os “encarnados” não foram jogar uma partida desprovida de importância. O triunfo conseguido em Haifa frente ao Maccabi, por 6-1, permite à equipa portuguesa assegurar metas financeiras e desportivas, com a entrada de 2,8 milhões de euros nos cofres e, acima disso, a subida ao primeiro lugar do Grupo H, tornando realidade a aparente utopia de reverter a diferença de golos que tinha para o PSG.

Ao acabar a fase de grupos acima de Maccabi, Juventus e PSG, os “encarnados” garantem que no sorteio dos “oitavos” poderão ter o estatuto de cabeças-de-série, que no caso da Champions significa, de forma simples, que jogarão contra um dos segundos classificados dos restantes grupos —​ em tese (mas não em todos os casos), adversários menos fortes.

Bola ao Maccabi

O Benfica foi a Haifa jogar vestido de amarelo — ainda que sem motivo aparente para confusão entre vermelho português e verde israelita —, mas não foi só na indumentária que houve surpresa.

Na primeira vez sem Enzo (castigado), o “onze” foi o esperado — como quase sempre em Roger Schmidt —, mas o Benfica apresentou-se com um bloco mais baixo do que é habitual. Ainda assim, não necessariamente mais defensivo.

A ideia passou por dar alguma bola ao Maccabi, que precisaria de marcar neste jogo, colocando os israelitas num plano de desconforto — é das equipas da Champions com pior percentagem de acerto no passe e menos posse de bola.

Ao Benfica, convinha esse engodo de oferecer o jogo ao Maccabi em alguns momentos, fazendo, depois, uma pressão repentina — ao contrário da pressão mais constante que adoptou noutros jogos.

Mais do que partir da frente, o Benfica quis chegar à frente — e para isso precisou de um bom Aursnes, que voltou a mostrar uma intensidade tremenda com e sem bola, além de um grande raio de acção. O norueguês criou até um lance de remate ao poste de Ramos, aos 10’, oito minutos antes de um remate de fora da área de Rafa, defendido por Cohen.

Logo a seguir, um canto deixou Bah do lado esquerdo e o lateral-direito devolveu a bola à área, onde ainda tinha ficado Otamendi. Sem deixar cair a bola, o central assistiu Ramos de cabeça e o avançado usou também a cabeça para finalizar, num golo “à futebol de praia”.

Logo aos 30’?

Chery empatou cinco minutos depois, num penálti de Bah por mão na bola, e à meia hora chegou a grande surpresa do jogo. Schmidt, o treinador que quase só mexe no plano de jogo e nos jogadores por obrigação, decidiu tirar Aursnes (o melhor em campo) e Ramos (o autor do golo). Possivelmente haverá uma explicação táctica ou física a ser dada pelo treinador alemão, mas a aparente boa condição física dos dois jogadores justificou a estranheza da opção.

Daqui saiu outra novidade: João Mário de regresso ao meio-campo, algo inédito com Schmidt. O jogo manteve-se calmo e a bola era jogada com muita paciência, sem grandes correrias — o Maccabi não desdenhava o 1-1 e o Benfica não precisava avidamente do triunfo.

Ainda assim, havia um duelo aberto, até pela forma como em alguns momentos o Maccabi alternava o controlo do espaço com saídas de pressão individuais — e, depois de batidos, deixavam muito espaço para ser explorado.

Foi até um momento desse tipo que deu a Rafa tempo e espaço para lançar Bah e o lateral fez um cruzamento perfeito para Musa, que cabeceou para o 2-1.

Aos 70’, Grimaldo, que até costuma bater livres à direita, bateu um livre do lado esquerdo. Mas o resultado foi o mesmo: bola na baliza. Pouco depois, com o Maccabi já perdido e pronto para ir para casa, o Benfica teve um lance de quatro para três e Neres isolou Rafa, que finalizou.

O que faltava do jogo parecia, em “futebolês”, para cumprir calendário, mas ainda houve o 5-1 de Henrique Araújo, com mais uma assistência de Bah, e o 6-1, por João Mário.

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