Este miraculoso Tim Bernardes a oferecer-se sozinho à imensidão do Coliseu

No penúltimo concerto da digressão que encerra esta segunda-feira na Casa da Música, no Porto, o músico brasileiro confirmou-se como fenómeno junto do público português. Duas horas de uma intimidade desarmante, uma actuação tocante, admirável.

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Sozinho em palco, actuou durante cerca de duas horas para um Coliseu dos Recreios com lotação esgotada Miguel Manso

Aquele homem alto, que parece mais alto ainda na boca do palco, levantara-se da cadeira onde se sentara durante as duas horas anteriores, cadeira de frente para o público que trocara ocasionalmente pelo banco do piano de cauda. Está ali, guitarra nas mãos, a perguntar se o ouvimos, e ouvimos, claro, como não ouvir aquela voz capaz de mil modulações, trinado vivo nas palavras que canta, agudo esvoaçante, grave melancólico, voz que conta as histórias que a canção conta, voz que é cenografia e argumento tão bem medido, tão bem delineado, que deixa de ser narrativa e é pessoas e emoções de carne e osso a apresentarem-se perante nós.

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