Portugal vai enviar Companhia de Atiradores e forças especiais para a Roménia

Portugal vai participar na futura missão de treino da União Europeia para a Ucrânia, que visa dar resposta à “situação de volatilidade no Leste europeu” e à ameaça russa, anunciou a ministra da Defesa.

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Helena Carreiras, ministra da Defesa Daniel Rocha

A ministra da Defesa disse este domingo, em Santarém, que se iniciaram os preparativos para o envio para a Roménia de uma Companhia de Atiradores e de um destacamento de forças especiais, “parte das Actividades de Vigilância Reforçadas” da NATO.

Helena Carreiras falava na cerimónia militar do Dia do Exército, que decorreu este domingo no Campo Emílio Infante da Câmara, em Santarém, a qual contou com um desfile e demonstração de capacidades da Componente Operacional do Exército.

Segundo a ministra, Portugal irá participar na futura missão de treino da União Europeia para a Ucrânia atendendo às necessidades de formação identificadas pelas forças ucranianas e à “importância da componente terrestre neste cenário de guerra”.

“A situação de volatilidade no Leste europeu e a ameaça que a Federação Russa representa a curto e médio prazo para a segurança de toda a área euro-atlântica, representa uma vertente já acautelada na Directiva para o Planeamento do novo ciclo de Forças Nacionais Destacadas, que emiti esta semana”, afirmou.

Helena Carreiras afirmou que as “prioridades estabelecidas reflectirão os novos focos de tensão internacional, reduzindo a dispersão em áreas não prioritárias, mas sem esquecer a atenção devida ao Flanco Sul”, como estipula o “compromisso com uma abordagem de 360º à segurança, constante no novo Conceito Estratégico da NATO”.

Neste momento, o Exército tem “empenhados 474 militares nas Forças Nacionais Destacadas, em contextos de conflitualidade muito diversos, destacando-se o investimento na estabilização da República Centro-Africana”, disse, realçando “as oportunidades crescentes ao nível de comando que Portugal tem assumido nestas missões internacionais”.

“Independentemente da necessidade de conciliar diferentes teatros de operações cada vez mais complexos, estou certa de que o Exército continuará a desempenhar um papel central, à medida que prosseguimos também com o planeamento da futura missão de treino da União Europeia para a Ucrânia, que apoiamos convictamente e na qual certamente participaremos”, acrescentou.

Segundo a ministra, “a renovada centralidade deste tipo de conflitos e as implicações daí decorrentes” vão ser incluídos no planeamento estratégico nacional, em particular no Conceito Estratégico de Defesa Nacional, “cujo processo de revisão está em curso e se perspectiva terminar em 2023, avançando com uma nova visão ambiciosa para a Defesa Nacional”.

O Dia do Exército, que celebra a Tomada de Lisboa, em 1147, pelas tropas de D. Afonso Henriques, Patrono do Exército, teve este ano como palco central a cidade de Santarém, a qual acolheu, até 2006, a Escola Prática de Cavalaria (EPC).

O papel da EPC na revolução de Abril de 1974, em particular a acção de Salgueiro Maia, foi destacado tanto pela ministra da Defesa Nacional como pelo chefe do Estado Maior do Exército, José Nunes da Fonseca.

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