Ao longo da BR-319, o preço do progresso mede-se em quilómetros e árvores cortadas
Desde meados do século passado que o modelo de desenvolvimento privilegiado para a Amazónia se resume a grandes obras de infra-estrutura e colonização. A BR-319, uma estrada de 900 quilómetros que liga Manaus a Porto Velho, é um dos melhores exemplos, sendo, em simultâneo, uma bênção e uma maldição para quem a usa.
Os primeiros quilómetros trilhados na estrada BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, capital do estado da Rondónia, são, na verdade, sobre a água. Um ferryboat faz de hora a hora a ligação entre Manaus e Careiro da Várzea, atravessando o famoso “encontro das águas”, onde o rio Negro se funde com o Amazonas — duas manchas de água de cor diferente unem-se para criar um fenómeno único. Passam poucos minutos das 9 horas da manhã e entre os veículos transportados pelo ferry segue um carro com um autocolante de apoio ao Presidente Jair Bolsonaro, que procura ser reeleito na segunda volta das presidenciais marcadas para o próximo domingo.
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