Palankalama lançam o seu terceiro álbum, Lama Pela Anca, com um single para aquecer: Chulaná

A sua estreia discográfica foi em 2016, com um disco homónimo: Palankalama. Desde então, o quarteto portuense lançou mais um álbum, Boca De Raia (em 2108) e esta quinta-feira estreia o seu terceiro disco de originais, intitulado Lama Pela Anca, com o lançamento simultâneo de um single e videoclipe: Chulaná, numa sugestiva mistura (até no título) de ritmos, a nortenha chula e o funaná cabo-verdiano. Refira-se que um dos temas do álbum Boca De Raia, que explorava as sonoridades do cavaquinho, veio a ser integrado em 2019 no disco colectivo Cavaquinhos.pt, da Associação Cultural Museu Cavaquinho, fundada por Júlio Pereira: Pisga-te flamingo.

Formados em 2014 e constituídos por Afonso Passos (bateria e percussão), Aníbal Beirão (contrabaixo), Pedro João (cavaquinho, bandolim, viola braguesa, guitarra eléctrica) e Ricardo Nogueira (guitarra e viola braguesa), os Palankalama têm actuado em diversos festivais, no país (Bons Sons, Paredes de Coura, etc.) e fora dele (Espanha e Hungria). O actual videoclipe, como se explica no texto que acompanha o lançamento, foi construído com base em imagens fixas, captadas no espaço da associação recreativa Luz & Vida e “montadas numa animação de ritmo assimétrico”, retratando “o enredo sem princípio nem fim de uma festa da qual sobram vagas memórias”. A direcção do vídeo foi partilhada pela banda e Sarah Gelinski, que assina a edição. 

Quanto ao álbum, Lama Pela Anca, que é editado pela Saliva Diva, o grupo descreve-o como “um esforço colectivo e uma manifestação das influências que povoam o [seu] imaginário musical conjunto”: “É para nós um testemunho da nossa teimosia e dedicação a várias correntes musicais de quadrantes distintos.” Quanto à sua música (o grupo é instrumental), descrevem-na como “um trabalho sobre paisagens sonoras, quase familiares, onde se procura que o lado plástico e abstracto da música funcione como uma janela para lugares de desvio e de ficção”. Voltando ao novo álbum, que agora chega às plataformas digitais, é classificado como “uma trilha sonora com música ‘pescada’ num rio turvo, navegado na deriva criativa de um período histórico convulso e confuso da humanidade, ao qual não puderam ficar alheios”.