Montenegro diz que Passos é “uma das pessoas mais qualificadas” e que “tem muito para dar” a Portugal

Depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter lançado o tema e de Carlos Moedas ter sido questionado pelos jornalistas, foi a vez de o líder do PSD ser instado a falar sobre o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

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Luís Montenegro, líder do PSD, visitou a Santa Casa da Misericórdia antes de discursar no encerramento das jornadas parlamentares do PSD Ricardo Lopes

O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou nesta terça-feira que o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho é “uma das pessoas mais qualificadas” em Portugal e que “tem muito para dar ao país”, podendo “cumprir muitas tarefas”.

“Pedro Passos Coelho é uma das pessoas mais qualificadas que Portugal tem e, quando um país tem uma pessoa com este perfil, com esta experiência, com esta qualificação, tem uma pessoa que pode cumprir muitas tarefas”, afirmou, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com a União das Misericórdias Portuguesas, em Lisboa.

O líder do PSD mostrou-se “muito surpreendido” por os jornalistas lhe perguntarem se concorda com o Presidente da República quando Marcelo Rebelo de Sousa disse que o país ainda “deve esperar muito do contributo” do antigo primeiro-ministro social-democrata.

“Eu, muitas vezes, sou acusado de falar do legado e da herança de Pedro Passos Coelho como uma factura negativa, mas vocês já me ouviram, não é de hoje, ouviram desde sempre, dizer que eu tive muita honra, muito orgulho, em ter estado ao lado dele quando ele foi primeiro-ministro”, afirmou Luís Montenegro.

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Passos Coelho esteve na última festa do Pontal Luís Forra/LUSA

Montenegro salientou logo a seguir: “Obviamente que uma pessoa que tem esta opinião sobre aquilo que ele foi capaz de fazer nessa altura não pode deixar de concordar com a ideia generalizada de que ele tem muito para dar ao país.”

“E tem muito para dar ao país não é só na perspectiva do exercício de funções públicas, Pedro Passos Coelho é um dos portugueses mais qualificados para fazer muitas coisas. Acho, inclusivamente, que mesmo do ponto de vista académico, que é uma das funções que ele exerce neste momento, Portugal deve aproveitar o seu know how, a sua experiência, o seu conhecimento profundo da realidade do país e da Europa”, defendeu o líder do PSD.

Questionado se gostava de ver Passos Coelho num cargo público, Montenegro afirmou que “não vale a pena estarem a fazer filmes à volta disso, não vale a pena fazerem futurologia, não vale a pena estarem a tentar” nas suas intervenções “retirar, extrapolar o que quer que seja”.

“Não tenho nem que dizer mais, nem que dizer menos do que isso, nem vale a pena interpretarem isto de nenhuma outra maneira. As palavras valem exactamente aquilo que eu quis dizer e que disse”, concluiu.

No sábado, falando aos jornalistas à margem da cerimónia que assinalou o início das comemorações do centenário de Agustina Bessa-Luís, às quais assistiu o antigo primeiro-ministro, o Presidente da República considerou que, “sendo tão novo [Pedro Passos Coelho], o país pode esperar, deve esperar muito ainda do seu contributo no futuro”.

Na segunda-feira, também questionado sobre estas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu que Passos Coelho contribuiu muito para o país e que “pode continuar a contribuir”.

O presidente do PSD foi também questionado sobre a meta para o partido traçada por Carlos Moedas, e que passa por construir o caminho para que Luís Montenegro seja primeiro-ministro. O líder social-democrata fez “um agradecimento público” ao presidente da câmara da capital, destacando que “é um membro” da equipa.

“Carlos Moedas foi nosso cabeça de lista, no último congresso, ao Conselho Nacional, é presidente da Câmara Municipal de Lisboa, é um quadro altamente qualificado do PSD e está dentro do nosso núcleo mais próximo da liderança para nos ajudar a construir um projecto de alternativa política em Portugal. E, aliás, o seu exercício de mandato na Câmara de Lisboa é também uma boa expressão da capacidade diferenciadora que podemos fazer face à gestão do PS”, salientou, apontando que vão continuar “a trabalhar em conjunto”.

Luís Montenegro considerou que chegar à liderança do Governo é algo que “poderá efectivamente vir a acontecer” e indicou que tudo fará “para que aconteça”.

“Nós, quando formos governo, seremos governo não para gerir o dia-a-dia, seremos governo para olhar para o futuro, para dar esperança, para dar uma projecção de médio e de longo prazo a este país, para oferecer aos jovens, aos menos jovens, boa qualidade de vida, uma perspectiva de aproveitarem aquilo que se faz em Portugal e não terem de ir à procura de uma oportunidade fora de Portugal”, afirmou ainda.

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