António Costa defende “solução permanente” europeia para enfrentar “crises consecutivas”

Líder do PS participou no Congresso do PSE, em Berlim. No final mostrou-se convicto de que vai avançar a interligação energética com a Península Ibérica .

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António Costa e Pedro Sanchez no congresso do PSE EPA/HANNIBAL HANSCHKE

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou este sábado, no congresso do Partido Socialista Europeu (PSE), em Berlim, que a União Europeia tem enfrentado “crises consecutivas nos últimos 15 anos” e deve trabalhar numa “solução permanente” para os problemas.

António Costa participa no segundo e último dia do congresso do PSE, com o mote “Com Coragem. Pela Europa”. O encontro tem na agenda a discussão dos novos desafios com que a Europa se debate, contando com a participação de vários líderes partidários, comissários e primeiros-ministros europeus.

“Temos enfrentado consecutivas crises nos últimos 15 anos, crises financeiras, crises climáticas, crises pandémicas, agora a guerra. Isso significa que precisamos de um permanente e estável mecanismo para fazer frente e resolver estas crises”, sublinhou o primeiro-ministro, acrescentando: “há sempre uma crise à nossa espera”.

O secretário-geral do PS realçou que é necessário “aprender das crises anteriores”, dando alguns exemplos com os quais é possível aprender.

“Há 10 anos, não agimos bem durante a crise financeira, quando deixámos cada estado-membro por sua conta e construímos uma política baseada na austeridade. Mas agimos bem a combater a crise de covid-19, não apenas na procura conjunta de vacinas, mas porque, desta vez, não agimos guiados pela austeridade, mas sim pela solidariedade. Encontrámos uma resposta para um problema comum”, realçou.

António Costa participou no primeiro painel “Leading Europe through change” (Liderar a Europa através da mudança), ao lado de Pedro Sánchez, líder do PSOE e primeiro-ministro espanhol, Robert Abela, líder do partido trabalhista o primeiro-ministro de Malta e Magdalena Andersson, líder do Partido Social Democrata e primeira-ministra da Suécia.

Acordo europeu para interligação ibérica

No final do congresso, António Costa mostrou-se convicto de que será alcançado um acordo com os parceiros europeus para concluir uma interligação energética com a Península Ibérica, podendo ter outro nome que não “MidCat”.

“As reuniões estão a correr muito bem. Haverá acordo para uma interligação, e será em breve, mesmo que não se chame ‘MidCat’ e tendo outro nome”, disse o primeiro-ministro português à agência de noticias espanhola Efe.

Costa teve uma reunião, na sexta-feira, na capital alemã, com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, focada no plano “MidCat”, projeto para ligar e fazer transporte de gás da Península Ibérica ao norte da Europa, que os três países apoiam mas França não, argumentando que não é rentável e que é necessário apostar na energia verde.

No final dessa reunião trilateral, foi emitido um comunicado conjunto que ratifica o compromisso dos três líderes para a diversificação energética, embora sem mencionar esse gasoduto que atravessaria os Pirinéus.

A declaração referia-se a “corredores de gás adequados para o transporte de hidrogénio verde”.

Em declarações aos meios de comunicação portugueses no final do seu encontro com Scholz e Sánchez, Costa disse na sexta-feira que a França não vai querer ficar sozinha no próximo Conselho Europeu sobre este tema.

Costa considerou que a França, apesar da sua oposição ao projecto, “certamente compreende” as razões do apoio à sua construção “e no Conselho [Europeu] não vai querer ficar isolada nesta posição, que é uma visão comum”, disse.

O chefe do governo Português recordou, a este propósito, que, juntamente com Sánchez, planeia reunir-se com Macron na próxima semana antes do próximo Conselho Europeu, agendado para os dias 20 e 21 de Outubro.

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