O plágio no PÚBLICO – nota da Direcção Editorial

A Direcção Editorial do PÚBLICO dá nota dos últimos desenvolvimentos na sequência de um caso grave de plágio no jornal.

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Miguel Manso

A Direcção Editorial (DE) do PÚBLICO teve conhecimento neste fim-de-semana de novas situações que configuram a prática de plágio por um dos seus jornalistas. A mesma prática, com o mesmo jornalista, que tinha sido objecto de uma denúncia à DE e ao Provedor do Leitor, havia já sido reconhecida, lamentada e condenada. Em causa estava um texto publicado na edição de 18 de Setembro, que plagiava de forma inequívoca um artigo do El País de 27 de Julho.

Sobre esse incidente, a Direcção do PÚBLICO assumiu as suas responsabilidades e pediu desculpas aos leitores, mas considerou que, “mesmo sendo difícil de conceber como foi possível que um jornalista prestigiado e com uma longa carreira tenha cometido este erro, a verdade é que os jornalistas, mesmo os melhores, falham”. Não havendo antecedentes, sendo a falha grave assumida pelo jornalista, a DE considerou que a exposição pública do plágio era condição bastante para que o jornal pudesse assumir as suas responsabilidades éticas e preservar o seu contrato de confiança com os leitores.

As revelações do último fim-de-semana, com pelo menos dois outros casos fortemente indiciadores da prática de plágio, alteram a dimensão do problema. O que estava em causa, a possibilidade de um erro e o direito a uma segunda oportunidade, ficou com esses novos casos irremediavelmente comprometidos. O que se acreditava ser uma falha deontológica incidental transformou-se num quadro de incumprimento reiterado dos deveres éticos de um jornalista.

Face à situação, e tendo como preocupação maior a garantia da credibilidade do PÚBLICO e da sua redacção e a protecção do seu compromisso com os leitores, a Direcção Editorial decidiu suspender a actividade redactorial do jornalista Vítor Belanciano. Com a integral observância dos preceitos legais, serão adoptadas as demais medidas que ao caso couberem.

O PÚBLICO é, e pretende continuar a ser, uma referência do jornalismo português em matéria de ética e deontologia. Somos o único jornal nacional que dispõe de um provedor para acolher todas as queixas dos seus leitores. Temos por hábito reconhecer as nossas falhas e erros com total abertura e transparência. Quem escrutina tem o dever de conviver bem com o escrutínio. Essa é uma das nossas forças.

A suspeita de uma prática reiterada de plágio só se resolve com um indispensável processo para se apurarem todas as responsabilidades. E com um renovado pedido de desculpas aos nossos leitores por esta lamentável história ter acontecido nas páginas do nosso jornal.

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