Com o Urtiga, a Ramos Pinto projecta-se para a estratosfera
Primeiro, um vinho de uma quinta, o Ervamoira, agora um vinho de uma vinha, a Urtiga, no perímetro do Bom Retiro. São 12.500 pés com mais de 100 anos, plantados em terraços com mais de 200. E 3100 garrafas de um vinho soberbo, com o qual a Ramos Pinto se quer projectar para o primeiro plano dos tintos nacionais.
Algures na década de 1960 ou 70, um dos académicos franceses que regularmente José António Rosas convidava para discutir o futuro da viticultura do Douro olhou para a vinha da Urtiga e sugeriu-lhe que a salvasse da mecanização, transformando-a “num museu”. José António Rosas tinha a alma poética e sonhadora que o levou a criar Ervamoira ou a acompanhar-se na sala de provas da Ramos Pinto com um pássaro no ombro, mas era igualmente um espírito científico que fez microvinificações e outros estudos em série para determinar as castas eleitas do vale ou, na companhia do sobrinho João Nicolau de Almeida, abriu novos caminhos para a mecanização com as “vinhas ao alto”. A transformação da Urtiga “num museu” teve de esperar pelo filho, Jorge Rosas, que hoje está à frente dos destinos da empresa.
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