O autocarro do Paris Saint-Germain (PSG) fez 3600 quilómetros para transportar os jogadores em cinco viagens na cidade de Lisboa. Apesar de o plantel dos parisienses ter viajado de avião até Lisboa para o jogo desta quarta-feira, o clube francês preferiu garantir a presença em Portugal do veículo que costuma assegurar as viagens nas competições francesas.

A história foi avançada pelo Le Parisien esta segunda-feira, com a atitude pouco ecológica a somar crítica nas redes sociais. Citando fontes do clube, o jornal gaulês diz que a segurança foi a justificação apresentada pelo PSG para esta decisão. Os responsáveis do campeão francês adiantam que o autocarro possui vidros à prova de bala, revelando que os motoristas foram especialmente treinados para lidar com situações de stress e a escapar a ambientes hostis.

A viagem de 1800 quilómetros que separa as duas capitais foi realizada sem qualquer jogador a bordo, apenas com o pessoal essencial à condução e manutenção do veículo. Já na cidade de Lisboa, o veículo transportou o plantel nas deslocações entre aeroporto, estádio e hotel.

Depois de deixar os jogadores no Aeroporto Humberto Delgado, o veículo rumou até França novamente: o próximo jogo do PSG será já este sábado, frente ao Reims.

Clube já tinha sido criticado

Esta atitude voltou a valer críticas ao campeão francês: há poucas semanas, um vídeo de partilhado no Twitter mostrava os jogadores a bordo de um avião privado numa viagem em Paris e Nantes. As duas cidades estão separadas por 340 quilómetros e, como o PÚBLICO noticiou, seria substancialmente mais rápido e mais ecológico fazer essa viagem de comboio de alta velocidade.

A mesma conclusão foi apresentada por Alain Krakovitch, director do TGV-Intercité da SNCF (Sociedade Nacional dos Caminhos de Ferro), que relembrou a oferta feita aos parisienses para encontrar uma solução adaptada às necessidades do PSG.

Relembrando esta proposta de Alain Krakovitch, um jornalista questionou o treinador do PSG, Christophe Galtier, e o jogador Kylian ​Mbappé se o plantel já tinha discutido formas alternativas para viajar até aos jogos. A questão foi recebida com gargalhadas, com o técnico a ironizar: “Para ser honesto, falei esta manhã com os jogadores e com a empresa que organiza as nossas deslocações para ver se podemos viajar num carro à vela.”

Num momento em que as alterações climáticas são umas das maiores preocupações actuais, a indiferença demonstrada por treinador e jogador valeram um coro de críticas a nível internacional. O clube fez um mea culpa e procurou retratar-se, anunciando uma reunião com a SNCF para colocar um ponto final à polémica.