UGT quer salário mínimo de 765 euros em 2023

Central sindical pede aumentos salariais de 7,5%, acima da proposta de 4,8% que o Governo inscreveu no Acordo de Rendimentos para a legislatura.

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Mário Mourão foi eleito secretário-geral da UGT em Abril de 2022 LUSA/PAULO CUNHA

A UGT exige um aumento do salário mínimo nacional para os 765 euros em 2023, um aumento de 8,5% face ao valor actual. A proposta foi apresentada nesta quinta-feira na reunião do Secretariado Nacional, realizado em Lisboa, e será enviada ao Governo.

A UGT justifica a proposta com a “necessidade de continuar uma trajectória de efectiva valorização do salário mínimo e do seu fundamental papel social” e reitera o objectivo de atingir os 1000 euros em 2028.

O Governo já tinha sinalizado que o salário mínimo iria subir para os 750 euros em 2023, mas no Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade, apresentado nesta quarta-feira aos parceiros sociais, promete um “diferencial adicional” para compensar os impactos da inflação, abrindo a porta a aumentos superiores aos inicialmente previstos e mantendo o objectivo de chegar aos 900 euros em 2026.

O acordo prevê ainda aumentos nominais dos salários de 4,8% entre 2023 e 2026.

Tendo por base o pressuposto de que a inflação será, no final de 2022, superior a 7%, a UGT defende que é preciso ir mais longe e propõe aumentos de 7,5% para os sectores público e privado, “garantindo um aumento não inferior a 60 euros para todos os trabalhadores em 2023”.

A central sindical considera a sua proposta “realista” e afasta o risco de uma espiral inflacionista, lembrando que, “para fazer face ao consumo corrente”, os trabalhadores “tiveram de delapidar as suas poupanças, o que tem efeitos adversos para o sistema económico no seu todo” e alertando que, além da inflação, em 2023 o rendimento disponível das famílias será reduzido “pelo agravamento das condições de financiamento”.

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