Sede nacional da AfD alvo de buscas por suspeitas ligadas a financiamento

Acção do Ministério Público centra-se no antigo co-líder Jörg Meuthen e no período entre 2016 e 2018. O partido já teve problemas por causa de doações ilegais.

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Ministério Público de Berlim investiga partido de extrema-direita EPA/CHRISTIAN BRUNA

A sede nacional do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) foi esta quarta-feira alvo de buscas. O partido queixou-se de terem sido copiados discos de computadores na totalidade, caixas de correio e pastas de ficheiros.

A investigação está a ser levada a cabo pelo Ministério Público de Berlim e, segundo a emissora estatal ARD, tem um foco em suspeitas de que o antigo co-líder Jörg Meuthen e o então tesoureiro do partido possam ter feito declarações falsas em relatórios enviados ao Parlamento entre 2016 e 2018. O partido já teve de devolver mais de cem mil euros em resultado de doações ilegais em 2018.

A AfD tem 79 deputados num Parlamento de 736 (o número de lugares no Parlamento na Alemanha é variável a cada eleição, e este é o maior Parlamento até hoje). O partido começou como eurocéptico em 2013, passando a anti-imigração e nacionalista em 2015, e foi-se radicalizando cada vez mais, começando a ter características de extrema-direita, como considera o Gabinete da Protecção da Constituição (BfV, na sigla em alemão, a secreta interna), que por isso decretou a vigilância do partido.

Depois de ter estado a descer nas sondagens e de ter terminado as últimas eleições com 10,6%, uma ligeira descida em relação às eleições anteriores, a AfD está agora a subir de novo nas sondagens, com alguns institutos a darem-lhe um valor de 15%.

A subida do custo de vida, em especial das contas do gás, é uma oportunidade para o partido, que tem posições pró-Rússia. A Deutsche Welle lembra como, em 2020, um antigo porta-voz, Christian Lüth, foi apanhado a dizer que “quanto pior estiverem as coisas na Alemanha, melhor para a AfD”.

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