Netos da rainha Margarida II da Dinamarca vão deixar de ser príncipes

As novas formas de tratamento entram em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023 e seguem uma tendência que se tem estendido às famílias reais europeias de reduzir o número de membros séniores a trabalhar para a monarquia, explica a casa real em comunicado.

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A rainha Margarida II tem 82 anos e está no trono há cinco décadas EPA/FILIP SINGER

Margarida II da Dinamarca é a monarca há mais tempo no trono na Europa e acaba de decidir reduzir a família real. Quatro dos netos da rainha deixarão de utilizar o título de príncipes, bem como o tratamento por Sua Alteza Real, informou, nesta quarta-feira, o palácio. O segundo filho da soberana, o príncipe Joachim, também passará a ser conhecido por conde de Monzepat.

As novas formas de tratamento entram em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023 e seguem uma tendência que se tem estendido às famílias reais europeias de reduzir o número de membros seniores a trabalhar para a monarquia, explica o palácio, em comunicado. “No futuro, os descendentes do príncipe Joachim terão de ser tratados apenas por ‘excelência’”, assinalam.

A decisão é justificada com o desejo da rainha, de 82 anos, de criar “condições para que os quatro netos possam moldar as suas vidas, sem que sejam limitados por considerações especiais ou deveres que uma ligação formal à casa real dinamarquesa, enquanto instituição, envolve”.

Contudo, ressalvam, os quatro mantêm o lugar na ordem de sucessão ao trono, onde estão entre a 7.ª e a 10ª posição. Nikolai é o mais velho dos filhos de Joachim, seguido de Felix com 20 anos, Henrik de 13 e Athena de 10. Os dois rapazes mais velhos são fruto do primeiro casamento do segundo filho da rainha com Alexandra, condessa de Frederiksborg. Em 2008, voltou a casar-se com a francesa Marie Cavallier e, no ano seguinte, foram pais de Henrik e mais tarde de Athena.

Já em 2016, Margarida II — este ano a celebrar o jubileu de ouro, depois de 50 anos no trono — tinha dado conta que só o príncipe Christian, filho do herdeiro do trono, Frederik, e da princesa Mary, deverá receber uma anuidade do Estado enquanto adulto. Agora, reduzir a família real é não só uma forma de, como justifica o palácio, não limitar a vida dos netos, bem como de tranquilizar os críticos que acusam a monarquia de depender das contribuições do Estado.

As regras de quem tem direito ao título de príncipe na monarquia variam consoante as famílias reais. No caso mais mediático do Reino Unido, a atribuição de quem é príncipe foi sofrendo alterações ao longo da história. Em 1917, o rei Jorge V — avô de Isabel II — impôs um limite ao número de príncipes, dada a quantidade de descendentes da rainha Vitória (que teve nove filhos). O decreto impunha que apenas os netos do monarca fossem considerados príncipes ou princesas.

A rainha Isabel II não concordava com o decreto de 1917 e emitiu várias alterações ao longo das décadas. Em 2012, a monarca definiu que todos os filhos do príncipe William e de Kate Middleton recebessem o título de príncipe e princesa — depois de George, o mais velho e agora segundo na linha de sucessão ao trono, nasceram Charlotte e Louis.

Ainda que numa primeira fase se tivesse pensado que os filhos do príncipe Harry e de Meghan Markle se tornariam príncipes automaticamente assim que o avô, Carlos III, chegasse ao trono, tal não aconteceu e Archie, de 3 anos, e Lilibet, de 1, continuam a ser tratados apenas pelo apelido Mountbatten-Windsor.

Em 2019, também a casa real sueca determinou que os netos do rei, Carlos XVI Gustavo — com excepção dos filhos da princesa herdeira, Victoria —, já não seriam membros oficiais da família real, apesar de continuarem a manter o título de príncipes.

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