Pub inglês corta na factura da electricidade com noites à luz das velas
Medidas para conter o aumento do preço da electricidade? Um bar na Cornualha recorreu a um velho truque: noites à luz das velas. “Romântico, não é?”
Com a conta da electricidade a disparar um pouco por toda a Europa, não faltam sugestões para cortar nos consumos e poupar na factura no final do mês. Em Camelford, uma pequena vila no Norte da Cornualha, no Reino Unido, um pub decidiu recorrer a uma velha medida: todas as segundas-feiras são agora de noite à luz das velas.
“Romântico, não é?”, reage Paul Parkinson, técnico de gás e cliente do Masons Arms há quase 20 anos, em declarações ao Guardian. “É como voltar ao século XVIII”, compara. “É relaxante. Toda a gente está a debater-se neste momento com os aumentos e, se esta é uma forma de manter este tipo de lugares a funcionar, então sou totalmente a favor.”
Ao entrar, “parecia um pouco estranho”, confessam Jayne e Chris Meadway, turistas naturais de Gosport, no Hampshire. “Mas quando nos habituamos a luz das velas realça o carácter do espaço, as formas na cantaria”, diz Jayne ao jornal britânico. “Acho adorável.”
Os senhorios, Katy Chawner-Woods e Alan Woods, tiveram a ideia depois de receberem a factura de Agosto: 2574 libras, mais do dobro da conta de electricidade do mesmo mês no ano passado (1172 libras; cerca de 2884 e 1314 euros, respectivamente). “Estava a lamentar-me e um dos clientes habituais disse: ‘Devias voltar a como estava quando o pub abriu em 1753'”, recorda Katy ao Guardian.
Em vez de cortarem no menu ou no horário, decidiram “experimentar algo diferente” e, garante, “parece estar a funcionar”. “As pessoas dizem-nos que a sensação é a de estar num velho bar acolhedor. Parece mudar um pouco a forma como se comportam: não se vêem tantas pessoas a olhar para os telemóveis. Toda a gente está a gostar de conversar uns com os outros à luz das velas.”
No final do Verão, recorda o jornal, a indústria britânica de espaços nocturnos alertava para o risco de falência de muitos espaços, devido ao aumento dos preços, caso não recebessem apoio estatal. Entretanto, o novo Governo britânico anunciou limites ao preço da electricidade pago pelas empresas e o congelamento dos impostos sobre a cerveja e o vinho, o que terá aliviado as preocupações do sector.
No entanto, Alan Woods aponta outros custos, como o preço dos produtos, que está “a subir imenso”. “Não podemos continuar a passá-lo ao cliente, temos de o engolir.”