Pelo menos 100 detidos em confrontos contra mobilização militar no Daguestão

Vários manifestantes confrontaram a polícia no Daguestão. A região (maioritariamente muçulmana) tem registado mais baixas do que qualquer outra província russa.

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Vários manifestantes confrontaram os agentes de polícia russos em Makhachkala, a capital da região EPA/MAXIM SHIPENKOV

Desde o anúncio de mobilização parcial feito por Putin, têm-se registado várias manifestações por todo o território da Federação Russa. Mas as imagens de manifestantes na região do Daguestão, uma das maiores repúblicas russas no Norte do Cáucaso, têm tido destaque.

Segundo a BBC, a região russa (que é maioritariamente muçulmana) tem registado mais baixas do que qualquer outra província do país. Pelo menos 301 soldados do Daguestão já morreram no conflito, 10 vezes mais do que em Moscovo, refere a BBC. Admite-se, no entanto, que o número seja superior.

A organização não-governamental russa OVD-Info refere que vários manifestantes confrontaram os agentes de polícia russos em Makhachkala, a capital da região. Em resposta, os agentes recorrem ao uso de armas paralisantes e bastões. Pelo menos 100 pessoas foram detidas durante os protestos na capital.

Num dos locais onde se registaram manifestações, um grupo de mulheres confrontou um polícia russo que vigiava um centro de recrutamento. Segundo a BBC, o grupo confrontou o agente com questões como: “Porque levam os nossos filhos? Quem foi atacado? A Rússia foi atacada?” E continuavam: “Eles [ucranianos] não vieram ter connosco. Fomos nós a atacar a Ucrânia. A Rússia atacou a Ucrânia! Parem a guerra”.

Num dos vários vídeos partilhados nas redes sociais, também é possível ver um agente russo tentar fugir a um grupo de manifestantes que o tenta agarrar.

O governador do Daguestão, Sergei Melikov, admitiu, no passado domingo, que “foram cometidos erros” durante a mobilização. No entanto, salvaguardou-se: “Já falei sobre isto antes, mas vou repetir: a mobilização parcial aconteceu precisamente de acordo com os critérios anunciados pelo Presidente [Vladimir Putin]”.

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