Aliados de Putin expressam preocupação com a mobilização

Responsáveis estão a criticar governadores regionais por erros, com convocatórias enviadas a homens com problemas de saúde, com idade superior ao que é suposto, ou até mesmo um caso de uma convocatória a um morto.

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Detenção de manifestante em protesto contra a mobilização parcial decretada por Putin MAXIM SHIPENKOV/EPA

A primeira voz foi a da directora do canal RT, Margarita Simonian, que no sábado criticou de modo particularmente duro a forma como está a decorrer a mobilização parcial. Depois, no domingo, foram dois deputados importantes. As críticas não são dirigidas ao Kremlin, mas sim aos governadores regionais que estão a liderar as campanhas de mobilização, mas são, mesmo assim, uma rara admissão de erros.

“Há casos de mobilização incorrecta a provocar reacções fortes e com razão”, declarou Valentina Matvienko, presidente da câmara alta do Parlamento russo, numa declaração no Telegram.

As palavras foram semelhantes às de Simonian da véspera: “Foi anunciado que os reservistas podem ser recrutados até à idade de 35 anos. Mas estão a ir convocatórias para homens de 40 anos”, disse a directora da emissora RT no seu canal do Telegram. “Estão a enfurecer as pessoas como se fosse de propósito.”

Há descrições de convocatórias recebidas por homens com problemas de saúde, com idade superior ao anunciado, e até a um homem morto.

As autoridades estão a apresentar estes casos como isolados, mas governadores já anunciaram que ordenaram aos responsáveis distritais para dar atenção e analisarem eles próprios todos os casos em que as pessoas que receberam convocatórias contestem a mobilização.

Vladimir Avdeev, governador da região de Vladimir, disse no sábado que “qualquer pessoa mobilizada por erro irá voltar para casa”.

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