Russos incendeiam postos de recrutamento após mobilização de reservistas
Registaram-se ataques em centros de recrutamento militar, com cocktails Molotov, em várias cidades russas. Duas casas foram incendiadas em Khabarovsk, embora não tenha havido feridos.
Vários centros de recrutamento militar na Rússia foram atacados com cocktails Molotov desde o início da mobilização parcial decretada pelo Presidente Vladimir Putin, de acordo com relatos desta sexta-feira dos media locais.
Como resultado de um dos ataques a um posto de alistamento na cidade de Khabarovsk, na parte oriental da Rússia, duas casas foram incendiadas, embora não tenha havido feridos.
Na região de Amur, na fronteira com a China, assaltantes desconhecidos também tentaram incendiar um posto de alistamento, num ataque que danificou a fachada do edifício. No dia anterior, foram relatados ataques contra pelo menos quatro centros de recrutamento em São Petersburgo, Nizhny Novgorod, Orenburg e Zabaikal.
Ao mesmo tempo, milhares de russos tentam deixar o país, na sequência da mobilização parcial decretada por Putin, na quarta-feira, que deverá envolver 300 mil reservistas, alegadamente para ajudar na invasão da Ucrânia.
Mais de 1300 pessoas foram detidas na quarta-feira em várias cidades, em protestos contra a guerra, o que não impediu a oposição ao Kremlin de convocar uma nova manifestação para sábado.
O Ministério da Defesa considera prioritária a mobilização de atiradores, condutores de tanques, artilheiros, motoristas e mecânicos. Serão mobilizados soldados e sargentos com menos de 35 anos e oficiais com menos de 55 anos, mas não os estudantes.
Engenheiros informáticos, funcionários de bancos, especialistas em comunicação e jornalistas também ficam isentos de recrutamento, assim como trabalhadores de empresas da indústria militar, pais de famílias numerosas, responsáveis por pessoas com deficiências, doentes e russos que vivem no estrangeiro.
A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).