Por fim, Japão reabre ao turismo global: foram mais de dois anos e meio de restrições

A partir de 11 de Outubro, o Japão relaxará as medidas de controlo de fronteira e promete retomar as viagens sem visto, incluindo, finalmente, os viajantes individuais.

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Japão passou de 32 milhões de turistas em 2019 para pouco mais de meio milhão (até 07/22) luís j. santos

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou que o país aliviará as medidas de segurança covid-19 no próximo mês, um passo fundamental para promover a recuperação no sector de turismo do Japão.

Entre as principais economias mundiais, o país é dos que manteve as medidas mais rígidas de controlos fronteiriços e de entradas de estrangeiros ao longo de mais tempo, desde 11 de Março de 2020, data da declaração da pandemia de covid-19.

Entre elas, a proibição de entrada de visitantes, depois passada a contenção com numerus clausus e critérios muito apertados: em Junho, houve uma ligeira reabertura, mas obrigando os turistas a estarem integrados em agências oficiais de viagens e passearem sempre acompanhados por guia.

O anúncio de Kishida, feito durante um discurso na Bolsa de Valores de Nova Iorque, segue uma promessa que fez em Maio de que o Japão tornaria os controlos de fronteira mais alinhados com outros países do Grupo dos Sete (G7) em breve. “Somos uma nação que floresceu através do livre fluxo de pessoas, bens e capital”, disse Kishida.

“A covid-19, é claro, interrompeu todos esses benefícios, mas, a partir de 11 de Outubro, o Japão relaxará as medidas de controlo de fronteira para ficar em pé de igualdade com os EUA, além de retomar as viagens sem visto e as viagens individuais”, juntou.

A insistência do Japão para que os visitantes obtenham vistos para entrar no país e estejam integrados em programas de grupos tem sido um grande ponto de discórdia. Antes da pandemia, o Japão tinha acordos de isenção de visto com quase 70 países e regiões, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e muitos vizinhos asiáticos.

Lobbies empresariais e empresas de viagens pediram ao Japão que relaxe as medidas de segurança mais rapidamente, considerando que estão fora de sintonia com os principais parceiros comerciais e que, com isso, o país pode ficar para trás economicamente.

“Veremos um impacto significativo na economia”, disse Shinichi Inoue, presidente da All Nippon Airways, unidade central da ANA Holdings, aos jornalistas, acrescentando que o forte declínio do iene em relação ao dólar é um “grande atractivo” para os estrangeiros.

A moeda do Japão enfraqueceu além dos 145 ienes por dólar (cerca de 140 por euro) na quinta-feira, tornando as viagens e compras estrangeiras no país as mais baratas em décadas. A partir de 11 de Outubro, o Japão restaurará o turismo individual e as viagens com isenção de visto para pessoas de certos países, desde que vacinadas.

Ao mesmo tempo, também eliminará um limite diário de chegadas, actualmente definido em 50 mil e poderá rever os regulamentos dos hotéis.

Oficialmente, o Japão permitiu a entrada de turistas em Junho pela primeira vez em dois anos, mas apenas cerca de oito mil chegaram até Julho, em comparação com mais de 80 mil visitantes por dia do mesmo período antes da pandemia.

(Números de turistas em 2019-22: Agência de Turismo do Japão)

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