É só fazer as contas

Há muitos exemplos caricatos. Na Maia havia um protoloco para a câmara vender ao Estado um imóvel para instalar o tribunal por 971.380 euros. O protocolo não avançou e o Estado acabou por arrendar um edifício por 915.600 euros/ano.

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Campus da Justiça, em Lisboa Jose Fernandes

Há dias, no jantar de homenagem a uma pessoa amiga, falaram-me num caso anedótico que me fez lembrar aquele sketch antigo em que o Herman José fazia de engenheiro do Norte e, para gozar com a derrapagem dos custos da Expo'98, dizia: “Gasta-se o dinheiro que for preciso para se poupar o dinheiro que for preciso”. O palácio da justiça de Portalegre precisava de fechar para obras de remodelação e era preciso arrendar um edifício para instalar provisoriamente o tribunal, com uma renda mensal de 6200 euros. Até aqui tudo bem. Não se desse o caso de, 8 anos e 2 meses e 607.600 euros de rendas depois, o palácio da justiça continuar fechado e as obras não se terem iniciado. Este sketch um dia chegará ao fim com o Estado a pagar mais ao senhorio do que vai gastar na obra. Lá está, como dizia o Herman, vai gastar o que for preciso para poupar o que for preciso.

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