Primeira-ministra da Nova Zelândia afasta debate sobre instauração de uma república

Jacinda Arden que garante que o não relaciona o debate sobre o sistema republicano com a morte de Isabel II.

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Jacinda Ardern anunciou que a Nova Zelândia vai decretar luto nacional no dia 26 de Setembro Reuters/POOL

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse esta segunda-feira que o Governo de Wellington afasta, actualmente, qualquer medida política para transitar para um Estado republicano, na sequência da morte da rainha Isabel II. Ardern, que chegou a dizer que a Nova Zelândia poderia tornar-se numa República, afirmou que há questões mais urgentes para o executivo que lidera.

“Houve um debate (…). Eu já demonstrei a minha posição várias vezes e acredito que esse é o caminho que a Nova Zelândia vai percorrer e que vai acontecer enquanto eu viver”, referiu, frisando, contudo, que – neste momento – não é uma prioridade. “Não se trata de uma medida para o curto prazo nem está na agenda”, disse Ardern.

Apesar de ser um país independente, a Nova Zelândia, tal como outros 14 Estados da Commonwealth, mantém o monarca britânico como chefe de Estado. No país, a monarquia britânica (chefia do Estado) é representada por um governador-geral.

Trata-se das primeiras declarações de Ardern sobre a questão republicana desde a morte da rainha Isabel II, sendo que, no passado, a primeira-ministra trabalhista defendeu abertamente a possibilidade de afastamento da coroa britânica da chefia do Estado neozelandês.

O debate sobre o Estado republicano é recorrente na Nova Zelândia. Muitos cidadãos defendem que só o afastamento da monarquia britânica pode pôr – de facto – fim ao passado colonial, configurando dessa forma a independência total.

“Na verdade, nunca senti urgência. Este é um grande e significativo debate, mas não creio que seja ou deva ocorrer de forma rápida”, disse Ardern, acrescentando que o país enfrenta outros “desafios”.

Na Nova Zelândia, uma das correntes de opinião defende que o debate sobre a instauração do sistema republicano poderia iniciar-se após a morte de Isabel II. Mesmo assim, a primeira-ministra afirmou, esta segunda-feira, que não relaciona os “dois factos”: a morte da monarca e o debate sobre a República.

Ardern anunciou que a Nova Zelândia vai decretar luto nacional no dia 26 de Setembro em honra de Isabel II, que morreu na passada quinta-feira, na Escócia, e disse que vai estar presente nas cerimónias fúnebres em Londres.

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