Plano de redução da electricidade traz recomendações para empresas e autarquias

Governo sugere tectos na climatização dos interiores dos estabelecimentos, desligamento de luzes quando as empresas fecham e aproveitamento da luz natural.

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As iluminações de Natal serão permitidas, mas deverão ficar ligadas menos tempo Rui Gaudêncio

O Governo aprovou na reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira um plano nacional de poupança de energia para este ano e para o próximo. O diploma inclui uma série de medidas vinculativas para os serviços da administração pública e recomendações para as autarquias e para as empresas do sector privado, designadamente o comércio.

Numa conferência de imprensa no final da reunião, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, exemplificou algumas das recomendações aos estabelecimentos comerciais ou a outras empresas: haver um maior aproveitamento da luz natural ou uma redução do consumo de electricidade quando os espaços não estão a funcionar.

Uma das sugestões, exemplificou, passa por incentivar as empresas desligarem a iluminação interior ou exterior a partir de uma determinada hora, “especialmente quando os edifícios deixam de estar em funcionamento, de ter trabalhadores”. O Governo sugere uma diminuição do número de horas em que as luzes decorativas estão ligadas, para que sejam apagadas “fora dos horários considerados normais” (por exemplo, a partir das 24h), referiu o ministro. As luzes natalícias não serão proibidas, mas o Governo espera que sejam desligadas a partir de uma determinada hora.

O plano também recomendações para a climatização dos interiores dos estabelecimentos, com o objectivo de ver as empresas a definirem balizas nas temperaturas, com tectos máximos quando está frio e mínimos quando está calor.

Duarte Cordeiro confirmou que o diploma não prevê, como recomendação, a redução de horários dos estabelecimentos comerciais.

Para a administração pública haverá medidas obrigatórias que terão de ser cumpridas quando o diploma entrar em vigor.

As recomendações feitas para o sector privado, disse, resultam de “um trabalho de base que foi feito pela Agência para a Energia (Adene) com o os vários sectores económicos” do qual resultou um conjunto de medidas “assumidas de parte a parte” que deveriam ser implementadas.

Duarte Cordeiro afirmou que o país “já tem uma redução do consumo de gás significativa”, de 20%, “se excepcionarmos a parte necessária para a produção de electricidade”, salientando que as estas novas medidas são adicionais a outras que já estavam a ser implementadas, disse o ministro.

As medidas, considerou, vão produzir um efeito “muito positivo nas instituições todas, na medida em que passam a ter consumos mais baixos e, obviamente, passam a ter poupanças financeiras”.

Duarte Cordeiro disse que, durante o dia de hoje, foram feitas algumas alterações à proposta de diploma discutido na reunião dos ministros e que o plano será tornado público depois de essas mudanças serem “devidamente acomodadas”.

“São medidas simples, mas que fazem muita diferença se forem todas implementadas”, salientou Cordeiro, dizendo que há margem para se conseguir uma poupança energética.

Cordeiro admitiu que as entidades abrangidas pelas recomendações possam adoptar outras medidas não previstas no plano ou adoptar as do plano de uma forma “um pouco diferente”, porque, disse, o importante é que contribuam para o objectivo global de acrescentar poupança energética àquela que está em curso.

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