De Putin a Von der Leyen, as reacções à morte de Gorbatchov

A morte do antigo líder soviético foi confirmada pela imprensa russa, que cita uma fonte hospitalar. Gorbatchov, 91 anos, sofria de “uma grave e prolongada doença”.

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Gorbatchov morreu aos 91 anos Tatyana Makeyeva

O Presidente russo, Vladimir Putin, já lamentou a morte do antigo líder soviético, expressando as suas mais “profundas condolências”, segundo disse à agência Interfax o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Amanhã, [o Presidente] enviará as suas condolências à família e amigos”, referiu ainda.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lembra um “líder de confiança e respeitado” que “desempenhou um papel crucial para pôr fim à Guerra Fria e derrubar a Cortina de Ferro”. Para Von der Leyen, Gorbatchov “abriu o caminho para uma Europa livre”.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que Gorbatchov era um homem de “visão extraordinária”, um “líder raro, com a imaginação de vislumbrar a possibilidade de um futuro diferente e coragem de arriscar toda a sua carreira para o conseguir”. “O resultado foi um mundo mais seguro e mais liberdade para milhões de pessoas”, lembrou.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fala de “um líder global imponente, multilateralista empenhado e incansável defensor da paz”. Gorbatchov “fez mais do que qualquer outro indivíduo para trazer o fim pacífico da Guerra Fria”, tendo mudado​ “o curso da história”, realça.​

O ainda actual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, refere que sempre admirou “a coragem e integridade” demonstrada pelo antigo líder ao lutar por um desfecho pacífico. “O seu incansável empenho em abrir a sociedade soviética continua a ser um exemplo para todos nós”, afirma.​

O antigo secretário de Estado norte-americano James Baker reagiu à morte de Mikhail Gorbatchov​, que considera “um gigante que orientou a sua grande nação em direcção à democracia”. Realçou também o papel crítico que desempenhou ao recusar “o uso da força para manter o império unido”.

O também antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger disse que o antigo líder soviético, apesar de não ter sido “capaz de implementar todas as suas visões”, será recordado “como um homem que iniciou transformações históricas em benefício da humanidade e do povo russo”.​

A Fundação e Instituto Ronald Reagan lamentou a perda de “um homem que em tempos foi um adversário político de Ronald Reagan [e] que acabou por se tornar um amigo”.

O ex-primeiro-ministro português e antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, manifestou o seu pesar perante a morte de “umas das maiores personalidades do século XX”. Em declarações à Antena 1, Barroso lembra um homem com uma “boa intenção” e “um certo humanismo”, que ambicionava “genuinamente a paz e um sistema pluralista”.

“Com ele, não tínhamos hoje guerra na Ucrânia”​

Para o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, Gorbatchov foi uma figura “essencial para o fim da Guerra Fria e para a transição democrática no Leste da Europa”.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, declarou que Gorbatchov “derrubou muros, construiu paz e abriu liberdade a milhões de pessoas”, acrescentando que, “com ele, não tínhamos hoje guerra na Ucrânia”.​

O antigo líder do PSD Rui Rio considera que o Ocidente tem de lhe estar “eternamente grato” pelo seu trabalho “em prol do diálogo e da paz”. É “um homem que fica na história”, sublinha.

O eurodeputado e vice-presidente social-democrata, Paulo Rangel, recorda Gorbatchov como “um protagonista político controverso, mas que foi capaz de ‘pôr fim’ a um dos regimes mais funestos da história”. Nos tempos actuais, “fazem falta homens desta cepa e com este fôlego”, disse ainda.

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