Beber chá pode ajudar a ter uma vida mais saudável e duradoura, indica novo estudo

Uma maior ingestão de chá preto, duas ou mais chávenas por dia, foi associada a um risco menor de morte, ainda que modesto: até menos 13% de probabilidade. Trata-se, porém, apenas de um estudo de observação: foi realizado seguindo meio milhão de adultos no Reino Unido ao longo de onze anos.

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Os cientistas analisaram o consumo de chá de 500 mil britânicos durante 11 anos Daniel Rocha

Já se sabia que o chá pode fazer parte de uma dieta saudável, graças aos seus reconhecido benefícios. Agora, um novo estudo realizado no Reino Unido conclui que o consumo desta bebida pode aumentar a probabilidade de viver mais.

Várias investigações realizadas na China e no Japão, onde o chá verde é popular, vêm a sugerir há algum tempo os benefícios do chá para a saúde. O artigo agora publicado estende a boa notícia aos consumidores do chá preto, avança a agência Associated Press (AP).

É que o chá contém substâncias que ajudam a reduzir a inflamação. Os cientistas do Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos questionaram 498,043 mil adultos no Reino Unido, entre os 40 e os 69 anos, envolvidos neste projecto designado de UK Biobank. “Os participantes foram seguidos durante cerca de 11 anos”, informam os National Institutes of Health dos EUA.

Os investigadores ajustaram o estudo para factores de risco como patologias de saúde, situação socioeconómica, tabagismo, ingestão de álcool, dieta, idade, raça e sexo.

Uma maior ingestão de chá, duas ou mais chávenas por dia, foi associada a algum benefício, ainda que modesto: um risco 9% a 13% menor de morte por qualquer causa, em comparação com quem não consome esta bebida. A temperatura do chá, bem como a adição de leite ou açúcar, não alterou os resultados.

Publicado esta segunda-feira, 29 de Agosto, na revista Annals of Internal Medicine, o estudo concluiu que esta associação a um risco menor manteve-se para mortes por doenças cardíacas, embora não seja claro que o mesmo se aplique para mortes por cancro. É provável que tal deva ao facto de não se terem registados mortes suficientes por cancro entre os participantes do estudo, explica Maki Inoue-Choi, que liderou o estudo.

Contudo, uma investigação deste género, baseada na observação dos hábitos e da saúde das pessoas, não é suficiente para provar uma relação de causa e efeito. “Estudos observacionais como este levantam sempre a questão: há algo mais sobre os consumidores de chá que os torna saudáveis?”, lembra Marion Nestle, professora de estudos alimentares da Universidade de Nova Iorque.

“Gosto de chá. É óptimo para beber. Mas é importante fazermos interpretação cautelosa dos resultados”, acrescentou. Também Maki Inoue-Choi reconheceu que não há evidências suficientes para aconselhar a mudança de hábitos de chá.

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