A ideia do Nobel para Rushdie reconcilia-me com o de Dylan
Só um mundo com várias décadas de paz democrática despreocupada, como o do Ocidente incauto de há seis anos, poderia elevar aos pícaros da excelência artística alguém da música pop, uma arte tão simples e popular, que não produz épicos de celebração de grandes batalhas, que não serve para engrandecer regimes nem para mitificar verdades oficiais.
Num artigo no Journal du Dimanche, publicado também por cá no Expresso, Bernard-Henri Lévy lançou uma campanha para que o Nobel da Literatura seja atribuído a Salman Rushdie. Para B.H.L., Rushdie é um “homem-símbolo”, que merece por essa via o reconhecimento da sua luta e a “reparação” do seu sofrimento. Não vale a pena alongar-me sobre o lado em que estou nessa luta. É o de B.H.L. e Rushdie. Mas a ideia do Nobel tem tudo para me deixar indisposto.
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