A ideia do Nobel para Rushdie reconcilia-me com o de Dylan

Só um mundo com várias décadas de paz democrática despreocupada, como o do Ocidente incauto de há seis anos, poderia elevar aos pícaros da excelência artística alguém da música pop, uma arte tão simples e popular, que não produz épicos de celebração de grandes batalhas, que não serve para engrandecer regimes nem para mitificar verdades oficiais.

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Capas de discos de Bob Dylan © Charles Platiau / Reuters

Num artigo no Journal du Dimanche, publicado também por cá no Expresso, Bernard-Henri Lévy lançou uma campanha para que o Nobel da Literatura seja atribuído a Salman Rushdie. Para B.H.L., Rushdie é um “homem-símbolo”, que merece por essa via o reconhecimento da sua luta e a “reparação” do seu sofrimento. Não vale a pena alongar-me sobre o lado em que estou nessa luta. É o de B.H.L. e Rushdie. Mas a ideia do Nobel tem tudo para me deixar indisposto.

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