Jovens voluntários ajudam no combate aos incêndios ao serem “vigilantes” da floresta

Um grupo de jovens de vários países europeus envolveram-se no projecto “The forest is our home”, com o objectivo de vigiar a floresta que abrange a aldeia de Arrouquelas. “Temos de cuidar do planeta”, refere Aitana, voluntária de Alicante.

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“The forest is our home”, projeto leva jovens a vigiar floresta de Arrouquelas DR/Associação de Jovens de Arrouquelas
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“The forest is our home”, projeto leva jovens a vigiar floresta de Arrouquelas DR/Associação de Jovens de Arrouquelas

O projecto “The forest is our home” termina esta sexta-feira, depois de 30 dias em que 15 jovens de países europeus foram “vigilantes” da floresta de Arrouquelas, no concelho de Rio Maior, distrito de Santarém.

A H2O, Associação de Jovens de Arrouquelas, organizou esta iniciativa, que recebeu jovens com mais de 18 anos em regime de voluntariado ao abrigo do Corpo Europeu de Solidariedade, da União Europeia, entre os dias 26 de Julho e 26 de Agosto.

“Ao longo deste mês desenvolvemos várias actividades, algumas delas têm a ver com a vigilância da floresta que circunda a freguesia de Arrouquelas”, refere Alexandre Jacinto, coordenador de projectos internacionais da associação, à agência Lusa.

“Temos sempre dois jovens, um português e um estrangeiro, num posto de vigia em turnos de três a quatro horas desde as 9h às 20h”, explica, posto esse que existe num ponto alto da aldeia em que é possível observar todo o concelho de Rio Maior.

O incêndio que começou em Arrouquelas na segunda-feira, e que foi dado como concluído no mesmo dia, foi detectado pelos dois voluntários que estavam no posto de vigia. “Eles fazem o contacto com os bombeiros de Rio Maior e enviam fotografias para terem uma noção exacta do que se está a passar”, revela Alexandre Jacinto, especificando que os jovens são informados dos passos a seguir caso detectem um fogo, com todo o grupo a ir depois para um local seguro.

Além da vigilância, durante o mês de Agosto, os jovens inscritos na iniciativa limparam as florestas, construíram um parque na aldeia com um balancé, realizaram actividades lúdicas e interagiram com a comunidade local, em que pintaram casas, ajudaram idosos a fazer reciclagem e participaram nas vindimas e nas festas tradicionais da localidade.

“Todos os dias tentamos que eles tenham acesso a experiências novas, que não é só a questão das florestas, mas também uma partilha intercultural e de relacionamento uns com os outros”, refere Alexandre Jacinto.

Joana Fialho, que viveu 15 anos em Lisboa e agora mora em Arrouquelas, faz parte do grupo e acredita que esta experiência lhe deu novas competências. “Tenho mais desenvoltura para falar em público e para me relacionar com os outros, uma vez que temos de falar a mesma língua [a inglesa]”, aponta Joana, que ajuda os voluntários estrangeiros a interagir com os habitantes: “Nós tentamos integrá-los na nossa comunidade, cultura e nos eventos que temos”.

Desde que veio para Arrouquelas, Joana ganhou uma nova noção da necessidade de proteger as florestas e do que fazer em caso de incêndio, tal como Aitana Lopez, uma jovem espanhola participante este ano no projecto. “Temos de cuidar do planeta”, refere Aitana, que vive em Alicante, uma cidade no sudeste de Espanha que fica numa zona “muito seca”. A jovem recorda também que o país lida com o problema dos incêndios florestais, mas sente que agora sabe melhor como preveni-los. Alexandre Jacinto revela que já houve 4.000 mobilidades de jovens em Arrouquelas, entre habitantes da aldeia e participantes estrangeiros.

A iniciativa “The forest is our home” começou em 2016 e estendeu-se até 2019, altura em que parou devido à covid-19. Foi retomada este ano com o apoio de entidades como a Câmara Municipal de Rio Maior e os bombeiros que ajudam na logística e formações, embora outros projectos da associação tenham sido realizados em anos anteriores ao abrigo do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e do programa europeu Erasmus+.

A intenção é realizar este projecto nos próximos anos, mas está dependente do financiamento do IPDJ e do Corpo Europeu de Solidariedade.

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