MAI não exclui regresso de situação de alerta ou contingência por causa do aumento das temperaturas

José Luis Carneiro sublinhou que o país ainda não ultrapassou o período crítico de incêndios e que “todos os cuidados devem ser tomados por todos os cidadãos e por todos os responsáveis de todas as instituições”.

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Orjais na Covilhã esteve ameaçada pelo fogo depois dos três reacendimentos do grande incêndio da Serra da Estrela Adriano Miranda

O ministro da Administração Interna disse hoje não excluir a hipótese de regresso à situação de alerta ou de contingência, tendo em conta as previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para aumento das temperaturas.

“Não podemos excluir esse cenário”, disse José Luís Carneiro, que falava à saída de uma reunião com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para avaliar as previsões meteorológicas para os próximos dias.

O governante acrescentou ainda: “São cenários que temos de ter em cima da mesa para avaliação no quadro das decisões no âmbito da Autoridade nNcional de Emergência e Protecção Civil”.

José Luís Carneiro sublinhou que o país ainda não ultrapassou o período crítico de incêndios e que “todos os cuidados devem ser tomados por todos os cidadãos e por todos os responsáveis de todas as instituições”.

Quanto aos meios disponíveis, disse que “desde 2017 há uma metodologia de melhoria contínua”, exemplificando que na terça-feira a ANEPC se reuniu com a Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e com outros responsáveis para “aprender com o que a experiência está a permitir conhecer”.

“Pretendemos agora alargar ao campo científico, envolvendo num painel investigadores e centros de conhecimento do país, com regularidade e de forma holística e sistemática, todo esse conhecimento que tem vindo a contribuir para o sistema. Temos de alargar ainda mais e dar maior regularidade para obtermos em tempo real recomendações de acção e decisão política”, acrescentou.

Lembrou que o Orçamento do Estado de 2022 tem “o maior investimento de sempre” (mais de 30 milhões de euros) de financiamento permanente dos corpos de bombeiros e que o Governo colocou “mais 2,5 milhões de euros para garantir mais operacionalidade”.

Disse ainda que o dispositivo de combate aos incêndios rurais conta este ano com mais 32 milhões de euros e que foi reforçado o valor para cada bombeiro que está integrado neste dispositivo, assim como o valor de pagamento aos comandantes.

“Este ano reforçámos em 107% as transferências para o Fundo Social do Bombeiro, o que significa estar agora a transferir mais de um milhão de 800 mil euros por ano (...). Há um esforço que está a ser feito (...) e que continuará a ser feito no âmbito do diálogo que temos com a Liga dos bombeiros Portugueses e com os representantes destas instituições que têm um papel e crucial e constituem o nervo da estrutura nacional de protecção civil”, acrescentou.

Área ardida na Estrela

Sobre a área ardida, a secretária de estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, disse que “ainda é cedo” para saber o valor total e, questionada sobre o ponto de situação no combate ao incêndio na serra da Estrela disse que “esta manhã já não havia chama activa”, mas referiu que há “inúmeros pontos quentes”.

“Tínhamos, antes desta última reactivação, cerca de 100 quilómetros de perímetro para vigiar e consolidar. Este perímetro aumentou e o desafio nas próximas horas é garantir a consolidação e a estabilização desta vastíssima área de forma a garantir que não voltamos a ter nenhuma reactivação porque as condições no terreno são extremamente difíceis”, explicou.

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