Governo britânico declara seca em oito regiões de Inglaterra

Primeira metade do ano mais seca desde 1976 e mês de Julho mais seco de sempre levam executivo britânico a autorizar imposição de medidas de racionamento. Pelo menos cinco empresas fornecedoras de água inglesas e galesas já proibiram utilização de mangueiras. Território enfrenta nova vaga de calor até domingo.

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Reservatório da empresa Thames Water apresenta níveis de água bastante mais reduzidos que o habitual EPA/TOLGA AKMEN
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Os efeitos da falta de chuva e do calor extremo no relvado do Greenwich Park, em Londres, NEIL HALL/EPA

O Governo do Reino Unido declarou situação de seca em oito das 14 regiões inglesas, na sequência do mais seco mês de Julho desde que há registos e da primeira metade do ano mais seca desde 1976. A medida obriga as empresas de abastecimento de água de Inglaterra a implementarem os respectivos planos de contingência para pouparem água, que podem incluir medidas de racionamento público.

As oito áreas em causa são Devon e Cornwall, Solent e South Downs, Kent e Sul de Londres, Hertfordshire e Norte de Londres, East Anglia, Thames, Lincolnshire e Northamptonshire e East Midlands. Segundo o Guardian, há outras duas regiões que também devem entrar na lista no final do mês – Yorkshire e West Midlands.

A declaração de seca foi feita esta sexta-feira pelo Ministério do Ambiente, que tomou a decisão em conjunto com a agência governamental para o Clima (Environment Agency), depois de uma reunião do National Drought Group, que reúne representantes do Governo, empresas de abastecimento de água, o regulador do sector, líderes sindicais e grupos e organizações ambientais.

Também nesta sexta-feira, a Yorkshire Water tornou-se a quinta empresa de abastecimento de água de Inglaterra e do País de Gales a anunciar restrições no seu uso e consumo. Com mais de cinco milhões de clientes, a empresa que serve o maior condado do Reino Unido, localizado na região Norte de Inglaterra, decretou a proibição de utilização de mangueiras a partir do dia 26 de Agosto, pela primeira vez em 27 anos.

“Partes de Yorkshire têm tido o mais baixo nível de precipitação desde que começámos a fazer registos, há mais de 130 anos. O tempo quente e seco fez com que os rios de Yorkshire estejam com níveis reduzidos e com que as nossas reservas estejam 20% mais baixas do que aquilo que seria expectável para esta altura do ano. Temos feito tudo o que podemos para evitar impor restrições, mas, infelizmente, agora elas são necessárias, no âmbito da nossa preparação para a seca”, lamentou o director da empresa, Neil Dewis.

“Chegámos a um ponto em que temos de garantir que temos abastecimento suficiente para as necessidades essenciais das pessoas desta região durante este ano e o próximo, ao mesmo tempo que temos de assegurar que existe capacidade para proteger o nosso meio ambiente, limitando a quantidade de água que extraímos dos rios”, explicou, citado pela agência PA.

Segundo as restrições impostas pela Yorkshire Water, os seus clientes ficam impedidos de usar mangueiras para regar o jardim, lavar as zonas exteriores da casa, limpar veículos ou encher piscinas. Podem levar a cabo tais actividades, mas terão de usar água da torneira.

Esta sexta-feira entrou, precisamente, em vigor uma proibição temporária de uso de mangueiras nos condados de Kent e de Sussex, no Sudeste inglês, decretada pela South East Water. A medida afecta 1,4 milhões de pessoas.

Nos termos da lei Water Industry Act, de 1991, o incumprimento das chamadas hosepipe bans podem implicar a aplicação de multas até às mil libras (cerca de 1183 euros), informa a BBC.

Este tipo de medidas drásticas tomadas pelas empresas de abastecimento de água surge numa altura em que Inglaterra e País de Gales enfrentam nova vaga de calor, que se deve prolongar até domingo.

Em algumas zonas da região Sul da Grã-Bretanha, estão previstas temperaturas próximas a 37 graus durante a tarde desta sexta-feira – no mês passado, outra vaga de calor levou algumas regiões do país a ultrapassar os 40 graus.

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