Terceiro depósito colapsa no incêndio industrial de Matanzas, que dura desde sexta-feira

O incêndio de grandes proporções provocado por um raio já levou ao colapso de três tanques. Balanço oficial dá conta de um morto e 16 desaparecidos.

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A coluna de fumo do incêndio pode ser vista em Havana, situada a 100 km Ernesto Mastrascusa/EPA

O incêndio que começou na sexta-feira devido à queda de um raio num depósito de combustíveis na cidade cubana de Matanzas provocou esta segunda-feira o desabar de um terceiro tanque, depois de o segundo ter colapsado e vertido combustível sobre o terceiro durante a madrugada.

O governador de Matanzas, Mario Sabines, afirmou que “aconteceu o que se havia anunciado” em relação ao terceiro tanque, embora tivesse adiantado que não se verificaram novos derramamentos de petróleo.

O incêndio de grandes proporções provocou oficialmente, para já, apenas um morto reconhecido pelo Ministério da Saúde Pública, um bombeiro de 60 anos, Juan Carlos Santana Garrido. No entanto, 16 pessoas permanecem desaparecidas (tudo indica que serão bombeiros) e, dos 24 feridos hospitalizados, cinco deles encontravam-se em estado crítico.

“Actualmente, há pouca visibilidade pelo fumo que rodeia a zona industrial, fruto do incêndio nas áreas subjacentes”, assegurou o governador, explicando que durante o dia “vários helicópteros da Força Aérea deitaram água para evitar a propagação de fogo a outras áreas”.

Além disso, sublinhou que o colapso do segundo tanque provocou uma forte explosão visível a partir de diferentes pontos da ilha.

Mas “nem tudo são más notícias”, explicou, porque já se havia conseguido montar “uma bomba hidráulica de grandes dimensões” para “lançar espuma” sobre o combustível a arder.

Sabines afirmou que “proteger os recursos humanos é prioridade” e que “os bombeiros continuam a avançar, abrindo caminho para que a brigada que vai lançar a espuma possa avançar”.

“Vamos avançando ao ritmo que nos imponha o cuidado da vida das pessoas”, acrescentou o governador, citado num comunicado divulgado pela Presidência de Cuba.

As autoridades retiraram cerca de cinco mil pessoas da zona residencial mais próxima dos depósitos, no porto de super-petroleiros de Matanzas, e o governador admite que se poderá alargar o perímetro se a situação do incêndio piorar. No entanto, o Governo descartou que haja perigo para a cidade de Matanzas no seu todo.

“O incêndio na Base de Super-petroleiros de Matanzas, que começou na passada sexta-feira, não é um facto que se veja só pelo ecrã das televisões ou através das redes sociais”, escreveu a jornalista opositora Yoani Sánchez, no jornal online 14 y medio. “Está também aqui, em Havana, onde uma nuvem escura, com resíduos da combustão, cobre a cidade, enquanto as pessoas procuram respostas que não encontram.”

Ajuda externa

As autoridades cubanas aceitaram a ajuda dos Estados Unidos para combater o grande incêndio que continuava activo até ao fecho desta edição na zona dos depósitos de petróleo na zona industrial, onde três dos oito depósitos já foram destruídos pelas chamas.

O vice-ministro das Relações Exteriores cubano, Carlos Fernández de Cossió, escreveu no Twitter que Washington “ofereceu assessoria técnica, posta já nas mãos dos especialistas para a devida coordenação”.

México e Venezuela, dois países produtores de petróleo, enviaram técnicos especializados das suas empresas petrolíferas públicas treinados para combater este tipo de acidentes.

No caso da Pemex mexicana, foi mesmo o Presidente, Andrés Manuel López Obrador, a dar instruções no sábado para que o “pessoal especializado” seguisse para Cuba “para apoiar na extinção do incêndio”, segundo do diário El Universal.

Além de 35 bombeiros especializados, a Venezuela enviou também 20 toneladas de espuma e pós químicos, apropriados para este tipo de incêndio.

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