Montenegro diz que PS está mais próximo da União Nacional do que o PSD do neoliberalismo

“O PS e o primeiro-ministro querem mandar em tudo”, critica o líder do PSD.

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Luís Montenegro voltou a comentar o caso Endesa MARTIN HENRIK

O presidente do PSD respondeu esta quarta-feira ao secretário-geral adjunto do PS, que o apelidou de “orgulhosamente liberal”. Para Luís Montenegro, o PS está mais próximo da estrutura fascista União Nacional, do Estado Novo, do que o PSD do neoliberalismo.

A reacção de Luís Montenegro surgiu depois de João Torres o ter criticado por defender que o primeiro-ministro foi “demasiado longe” ao sujeitar à aprovação prévia do secretário de Estado do Ambiente e Energia o pagamento de quaisquer facturas emitidas pela fornecedora eléctrica Endesa a entidades do Estado.

Para o presidente do PSD, ao classificá-lo de “liberal” e acusá-lo de se preocupar mais com os interesses da Endesa do que com os dos consumidores, o PS quis apenas criar “um papão”, acabando por “infantilizar o debate político” com uma retórica destinada a “desviar a atenção do essencial”.

“Em bom rigor, o PS, com as atitudes que tem tido e com o despacho absolutamente insólito do primeiro-ministro, está muito mais próximo da União Nacional do que o PSD hipoteticamente estaria do neoliberalismo”, afirma Montenegro.

Para explicar esse raciocínio, o presidente do principal partido da oposição acrescenta: “O PS e o primeiro-ministro querem mandar em tudo, querem subverter o normal funcionamento do mercado e eu estou preocupado com os efeitos que isso tem para as pessoas – com os efeitos que a desregulação e a falta de esclarecimento no sector da energia tem ao penalizar as famílias e empresas”.

Notando que o Governo está a cobrar “muito mais receita fiscal” do que previa o Orçamento do Estado, devido ao aumento da inflação, Montenegro insiste que situações como as relativas ao caso Endesa são uma forma de António Costa “distrair os portugueses com uma situação acessória e lateral, desviando a atenção” daquilo que deveria ser prioritário.

“Em vez de andarem com esses papões e jogos de retórica, PS e Governo faziam bem em implementar medidas que ajudassem as pessoas, as pequenas e médias empresas, e as instituições sociais a enfrentar preços de energia que estão galopantemente a crescer a cada dia que passa”, conclui.

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